Segundo ele, desde 2010 o calendário de eventos do Estado enfatiza a data como Divisão de Mato Grosso, quando deveria comemorar a criação de Mato Grosso do Sul
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| ©DIVULGAÇÃO/ALMS |
A pouco mais de um mês das comemorações dos 42 anos da criação de Mato Grosso do Sul, o deputado João Henrique (PL) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa para falar de um projeto que trata da construção da identidade do Estado. Um projeto que, se aprovado, será uma verdadeira revolução cultural simbólica para Mato Grosso do Sul.
O projeto de lei 215/19, de sua autoria, modifica o anexo da Lei nº 3.945 de 4 agosto de 2010, que institui o calendário oficial de eventos no Estado, especificamente o quadro “Divisão do Estado de Mato Grosso”, passando a ser “Criação do Estado de Mato Grosso do Sul”. Esta alteração, segundo o deputado, só vem reforçar a lei nº10, que já havia sido sancionada em 29 de outubro de 1979 pelo ex-governador Marcelo Miranda Soares, que declarou feriado estadual o dia 11 de outubro, “data consagrada à criação do Estado de Mato Grosso do Sul”, como citado no texto.
Em discurso que elencou os inúmeros motivos para a valorização de Mato Grosso do Sul, o deputado disse que é necessário criar elementos comuns, que valorizam o regional e o sentido de unidade, tais como os mitos, as memórias, os personagens, os símbolos, as artes, o teatro, os usos e costumes, a língua, a etnia, o território, as festas e as tradições comuns, bem como a nomenclatura correta da data mais importante para o nosso Estado, a data da sua criação e não divisão, como erroneamente é disseminada.
“Este movimento cultural é mais que necessário, porque está incrustado na cabeça das pessoas dizer que o feriado de 11 de outubro é o da divisão do Estado. De qual Estado? De Mato Grosso. Nós não temos um feriado próprio, no dizer das pessoas, porque a lei fez a criação do MS. Só que os eventos, o povo, a cultura, sempre divulgaram a divisão, mas quem foi dividido foi Mato Grosso. Na verdade, foi a criação de nosso Estado, bonito, importante, com riquezas culturais gigantescas”.
Segundo o deputado, este movimento visa corrigir este termo, para que a população comece a se autoafirmar e valorizar os produtos regionais, as belezas naturais, para fazer com que as pessoas lá fora também tenham esta identidade com MS.
“Ouvimos muitos dizerem que não temos identidade. Nossos próprios telejornais, por exemplo, renegam uma de nossas características mais fortes: o nosso ‘erre’ caipira ou o ‘erre’ retroflexo, tratado por fonoaudiólogos como um problema. Sinto vergonha ao assistir nossos programas regionais, com jornalistas da terra falando ‘carioquês’. Quando estou no Rio quero subir no Cristo Redentor, mas no MS eu quero é ver o meu Estado. Não me sinto representado. Quero ver o BUGRE na TV, quero ouvir o nosso porrrrta, porttão e porrrteira, o nosso erre arrastado, o nosso erre caipira!”
Fundamentando a necessidade de resgatar e preservar os mais diferentes valores históricos e culturais de MS, o deputado disse que é preciso mostrar aos turistas e aos próprios sul-mato-grossenses quanta coisa linda e imperdível o nosso Estado oferece. “Precisamos contar para os nossos jovens a nossa história. Sobre como o episódio da Retirada da Laguna, que aconteceu aqui nas nossas terras, foi fundamental e decisivo na Guerra do Paraguai, sobre os nossos índios guaicurus, sobre José Antônio Pereira, sobre nossos governantes, e muito mais!”
Por meio deste projeto de lei, o deputado João Henrique enviará requerimento à Infraero, à Secretaria Estadual de Turismo, à Prefeitura, para que seja criado um espaço nos principais aeroportos do Estado, unificando e divulgando todos os produtos regionais, como o queijo Nicola do Pantanal, a linguiça de Maracaju, nosso tereré, entre tantos outros, além de informações turísticas e culturais. “Se aprovado este projeto, não haverá mais ‘divisão do estado de Mato Grosso’, será o feriado da criação do estado de Mato Grosso do Sul”.
ASSECOM
