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    18/07/2019

    SAÚDE| Beber café antes de se exercitar pode aumentar risco de infarto

    Em doses corretas, no entanto, a cafeína pode até prevenir doenças do coração 

    ©DIVULGAÇÃO
    A cafeína é uma das substâncias mais consumidas do mundo. Está presente em vários alimentos como chás, energéticos e até mesmo suplementos alimentares para praticantes de exercícios físicos. A substância é estimulante e acelera os batimentos cardíacos e é usada para obtenção de uma melhor performance durante as atividades físicas. Pesquisas recentes, no entanto, tem alertado a comunidade médica e fitness sobre as consequências do consumo indiscriminado antes dos exercícios. 

    Quando ingerida, a substância pode até mesmo baixar o rendimento do treino, além de promover uma elevação da frequência cardíaca. Por consequência, há um aumento da pressão arterial e risco de problemas no coração, caso o indivíduo seja suscetível à doenças cardiovasculares. Uma das recentes pesquisas a observar tal evidência foi feita por pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), em Marília, e publicada no periódico Scientific Reports. 

    Foram avaliados os batimentos cardíacos de 32 homens saudáveis entre 18 e 25 anos que consumiram cafeína antes de atividades físicas. O estudo consistiu em três etapas. Na primeira, os participantes realizaram testes de esforço físico máximo para saber qual era o limite de cada participante; já a segunda e a terceira consistiram em uma corrida em intensidade moderada na esteira. 

    Os participantes tomaram pílulas de farinha e de cafeína de forma alternada, sem saber se estavam tomando placebo ou a substância. Quem tomou cafeína teve os batimentos cardíacos alterados e eles só foram normalizados uma hora depois, o dobro do tempo observado em participantes que haviam tomado placebo. O perigo está justamente no período de recuperação pós-exercício. 

    Nesse momento, pode haver dano cardiovascular, por causa do poder estimulante da cafeína. A substância eleva a concentração de catecolaminas no sangue, sendo as mais conhecidas a adrenalina e noradrenalina, responsáveis pela elevação da pressão arterial e aceleração do coração. O aumento da liberação dessas substâncias ativam os vasos sanguíneos, podendo causar vasoconstrição e consequentemente maior risco de infarto. 

    Consumo moderado 

    Inúmeros especialistas e pesquisadores realizam estudos sobre a cafeína e a relação com doenças cardíacas. Os resultados obtidos, apesar de importantes para a ciência e para uma maior conscientização sobre o consumo da bebida, ainda não são conclusivos. O que se sabe é que em doses moderadas, a ingestão de cafeína pode ter um efeito estimulante positivo no organismo. 

    Mas, em altas concentrações, o efeito pode ser reverso e extremamente prejudicial. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a recomendação é de duas xícaras de café por dia. Nessas quantidades, ela pode ser até uma aliada, ao combater os radicais livres e até mesmo prevenir doenças do coração. 

    “O café ainda possui uma série de propriedades medicinais, como inibição de apetite, cardio-estimulantes, diuréticas, laxativas, relaxantes musculares e vasoconstritoras. A atuação da cafeína no organismo está associada, também, à diminuição das dores musculares pós-atividade física e ao metabolismo, auxiliando na queima de gordura”, diz o cardiologista Dr. Paulo Chaccur. 

    Portanto, se for utilizar o estimulante em prol das atividades físicas, tenha certeza de consumir uma dose saudável. Para isso, consulte sempre um nutricionista ou médico. Outra opção é utilizar outros suplementos alimentares para a recuperação muscular, como o popular Whey Protein.



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