CAMPO GRANDE (MS),

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    28/02/2019

    Neno Razuk: abate de jacarés protege peixes e injeta R$ 1 bilhão em MS

    ©DIVULGAÇÃO/ALMS
    O deputado estadual Neno Razuk (PTB) propôs uma alternativa viável para evitar a escassez de peixes nos rios de Mato Grosso do Sul: o manejo sustentável do jacaré no Pantanal. Ele apresentou a proposta na tribuna da Assembleia Legislativa ao abordar a polêmica iniciativa do governo do Estado de instituir a chamada Cota Zero para pescadores amadores.

    “É importante discutirmos o manejo sustentável do jacaré como uma das alternativas para evitar a escassez de peixes nos nossos rios”, afirmou Neno Razuk, citando estudos realizados no Pantanal que apontam a existência de uma superpopulação de jacarés - algo em torno de 30 milhões de indivíduos. O único predador do animal é a onça, mas em quantidade insuficiente para o controle na cadeia alimentar.

    Cada jacaré come, em média, cerca de 3 quilos de peixes diariamente, o que já ilustra a quantidade de exemplares necessários para sustentar a espécie. Em contrapartida, segundo estudos, o quantitativo de peixes retirados dos rios pelos pescadores amadores de 2000 a 2016 é de 4.372 toneladas. "Então, o problema da escassez do pescado não é com pescadores, mais sim com os jacarés", diz o deputado.

    De acordo com ele o manejo sustentável do jacaré também pode proporcionar uma rede de trabalho em torno de atividade, envolvendo empresas de diferentes portes, além da população ribeirinha, com possibilidade de injeção na economia de até R$ 1 bilhão anualmente, com a industrialização da carne, couro e ossos com o abate de 600 mil exemplares por ano.

    Como trata-se de matéria polêmica e sensível, Neno Razuk propôs a realização de audiência pública para aprofundar o tema, com representantes de órgãos públicos, dos pescadores ribeirinhos, das indústrias, de pesquisadores da Embrapa, ambientalistas, enfim um amplo debate propositivo. 

    “Precisamos debater esse tema exaustivamente para encontrarmos soluções que preservem as espécies sem comprometer o turismo de pesca em Mato Grosso do Sul; o manejo sustentável do jacaré pode ser uma das soluções”, defende o Neno Razuk.

    ASSECOM



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