General Eduardo Villas Bôas admite uma 'inevitável associação' entre o Exército e o novo governo, mas afirma que Bolsonaro 'é muito mais um político' do que militar
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comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas ©Marcelo Camargo/Agência Brasil |
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, revelou em entrevista ao jornal 'Folha de S. Paulo', publicada neste domingo (11), a preocupação com a interpretação de que a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para presidente representa uma volta dos militares ao poder: "Absolutamente não é".
Segundo Villas Bôas, "a imagem dele [Bolsonaro] como militar vem de fora. Ele é muito mais um político". No entanto, o comandante admitiu uma “inevitável associação” entre Exército e o novo governo.
"Alguns militares foram eleitos, outros fazem parte da equipe dele, mas institucionalmente há uma separação. E nós estamos trabalhando com muita ênfase para caracterizar isso, porque queremos evitar que a política entre novamente nos quartéis."
Sobre a conversa com o presidente, com quem esteve na última terça-feira (6), o militar afirma tratar-se apenas de "uma visita de cortesia". "Tivemos uns dez minutos de conversas específicas. Aqui no Exército será alguém da turma dele, e os quatro generais mais antigos são da turma dele. Sugeri que colocasse um civil na Defesa. Com o ministério com tantos militares, teria um equilíbrio interessante. Mas ele insistiu que fosse um oficial-general de quatro estrelas", completou.
Bolsonaro é o primeiro militar eleito pelo voto direto desde 1945 e o primeiro no poder desde o fim da ditadura.
NAOM
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