CAMPO GRANDE (MS),

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    28/04/2018

    Operação conjunta aborda mais de 300 pessoas nas ruas em uma noite

    Operação Andeja foi deflagrada em 7 pontos distintos na área central ©Marcos Ermínio
    Sirenes ligadas, tensão no ar, carros e motos a caminho de mais uma operação da Polícia Militar. O objetivo? Combater delitos, tráfico de drogas, tirar bandidos de circulação e abordar moradores em situação de rua, foram estas as ações realizadas na noite desta sexta-feira (27), na Operação Andeja, da Polícia Militar em parceria com a Guarda Civil Municipal, Semadur e Detran (Departamento de Trânsito-MS). A equipe do portal Midiamax acompanhou tudo em tempo real, em um dos pontos considerados mais críticos da região Central, a antiga rodoviária de Campo Grande.

    A operação contou com 25 policiais Militares, 15 motocicletas cinco guardas municipais, três funcionários da Semadur oito agentes de Trânsito, além do reforço da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro. Esse grupo foi dividido em dois, que seguiram para a antiga rodoviária e outro para a Orla Morena.

    Toda operação tem um sinônimo de tensão, tumulto, corre corre e uso da força, mas o que vimos foram pessoas até que colaborando com os policiais. Dois ou três, dos mais de 50 abordados pela PM na antiga rodoviária, até tentaram tumultuar, discutir, mas logo cederam. Não foi necessário o uso da força, é como se todos estivessem acostumados e esse tipo de “evento” fosse parte da rotina diária.

    Os policiais chegaram, mandaram, e todos estavam com “as mãos na cabeça, virados de costas para a parede”.

    Na hora do lanche

    O objetivo era encaminhar até a delegacia quem tivesse mandado de prisão em aberto, acabar com o chamado “tráfico formiguinha” e autuar comércios e locais que vendem lanche de forma irregular. Cadeirantes, mulheres, quem passava pela rua, quem estava lanchando nos trailers, ninguém foi poupado, todos tiveram que passar pela abordagem.

    Mas, não foram apenas os moradores em situação de rua os abordados, quem foi até a antiga rodoviária para lanchar, também passou por abordagem. Porém nem todos gostaram. Uma mulher que foi lanchar com o marido concorda com a ação, mas não achou certo ser abordada por estar “apenas lanchando” e se sentiu constrangida. Já seu marido 44 anos, que não quis se identificar, considerou a abordagem necessária.

    “Eles (policiais) não me conhecem, então não dá pra saber se eu cometi ou não algum tipo de crime. É uma abordagem normal”, diz.

    Quem também achou válida a operação foi Antonio Carlos do Prado, 60 anos, funcionário de uma das lanchonetes. “Quando esse tipo de trabalho é realizado, diminui o número de furtos”

    Um comerciante de 53 anos da região contou que no entorno da antiga rodoviária há muitos furtos, e atribuí a queda de clientes aos medo “as pessoas tem medo de passar por aqui e serem assaltadas, porque eles roubam mesmo”. Ele disse ainda que os moradores de rua não saem dali porque têm tudo o que precisam. “Eles têm banho, tem roupa, comida três vezes ao dia, tem até gente que não é morador que vem pra cá pra pegar marmita”.

    Prazo

    Durante a operação, dois comércios foram fechados por funcionamento irregular e duas lanchonetes que funcionam no local foram notificadas e têm prazo de cinco dias para sair daquela área.

    Passagens

    A maioria dos abordados possuem algum tipo de registro policial. Um jovem por exemplo, tinha mais

    de 30 anos passagens pelos mais diversos crimes, a maioria cometidos quando ainda menor. Um cadeirante que também foi abordado, havia sido preso na quarta-feira passada com uma faca e porção de maconha

    Encaminhados

    Apesar de ser conhecida pelo tráfico e uso de drogas, a área da rodoviária não teve nenhum encaminhado para a delegacia, conforme contou o capitão Edcezar. “Realizamos busca pessoal, pedimos identificação e não havia ninguém com mandado de prisão em aberto. Encontramos vestígios de uso de entorpecente e fechamos um comércio irregular e dois forma notificados”, diz o capitão que acrescenta ainda que este trabalho tem importância preventiva em relação aos crimes cometidos na região Central. Um homem de 42 anos, viciado em drogas demonstrou interesse em buscar tratamento e pediu ajuda aos policiais.

    Resultado

    Foi mais de 300 (trezentas) pessoas abordadas, três condutores conduzidos por estarem dirigindo em estado de embriaguez, dois estabelecimentos comerciais que não estavam conforme a lei determinam foram fechados, veículos recuperados, além de flagrante de tráfico de drogas na Orla Morena.

    Operação batizada 

    A denominação dada a pessoa que anda demais, andarilha. Sem haver necessidade, só para passar o tempo, Andeja é a nome de batismo para a operação realizada pela Polícia Militar.

    Fonte: Midiamax
    Por: Mariana Rodrigues e Marcos Ermínio
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