CAMPO GRANDE (MS),

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    17/01/2018

    Falta regulamentar, mas lei que premia quem não leva multa já provoca polêmica

    © Ilustração
    O valor do prêmio ou critérios de recebimento para quem não for multado no trânsito de Campo Grande ainda não foi estabelecido pela Prefeitura, mas a campanha educativa, que virou Lei, já divide opiniões no trânsito. Muitos motoristas acreditam em incentivo, mas grande parte afirma que cumprir o que é certo deve ser espontâneo e não moeda de troca.

    Ganhar é sinônimo de conquistar, seja por merecimento ou não. Deixar de ser multado no trânsito de Campo Grande, agora, representa prêmio em dinheiro. Incentivo ou não para um fluxo seguro, a nova Lei sancionada pela prefeita em exercício, Adriane Lopes (PEN), não agradou todo mundo.

    Como advogado, Roberto Vieira, de 61 anos, ficou surpreso com a sanção, mas acredita que o incentivo é válido. “Qualquer incentivo, seja em prêmio de dinheiro ou não, é válido”, pontuou.

    O empresário Roberto Zanin, de 63 anos, acredita que a única forma de acabar com o trânsito violento é “subir os valores das multas”. Para o motorista, prêmio não é incentivo. “Eu sou a favor de altas multas, de criar mais multas e não premiar quem não é multado. Só sentindo no bolso é que as infrações podem diminuir”, disse.

    Para quem vive na pele o dia-a-dia do trânsito campo-grandense, como o moto-entregador Wellington Martinez, de 40 anos, o prêmio é bem vindo. “Eu nem estava sabendo. Vamos ganhar dinheiro? Acredito que é bom ser premiado. É incentivador. Ainda mais para quem trabalha no trânsito”, disse.

    A nutricionista Paula Renato, de 31 anos, não vê problemas em premiar quem passou o ano sem multas. Já a fisioterapeuta, Karen Cristina, de 29 anos, vê a Lei como “desnecessária”. “Isso não é necessário, deixar de ser multado, cumprir as leis de trânsito não é mais do que obrigação do motorista”, finalizou.

    O comandante do 17º Batalhão de Trânsito (BPTran), responsável pelo policiamento de trânsito da capital, tenente-coronel PM José Amorim Longatto, acredita que não deixa de ser um incentivo, mas que ainda é cedo para opinar sobre a necessidade da Lei.

    “Com certeza é um incentivo bom. Porque, além da obrigação de cumprir as obrigações do trânsito poder ser premiado é muito bom. Mas sobre a necessidade desta Lei ou não, é uma coisa que ainda precisa ser discutida”, disse.

    Vale ressaltar que o prêmio é destinado somente pessoas físicas e, conforme o texto, “a distribuição dos prêmios se dará por sorteio no mês de setembro, no dia 25, quando comemora-se o Dia Nacional do Trânsito”.

    O site Campo Grande News, indagou a assessoria de imprensa da Agetran que informou questionamentos sobre a Lei serão respondidos após sua regulamentação, que deve ocorrer no prazo de 90 dias.

    A medida foi aprovada no fim do ano passado pela Câmara Municipal e é de autoria do vereador João Cesar Mattogrosso (PSDB).

    Fonte: campograndenws
    Por: Danielle Valentim


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