CAMPO GRANDE (MS),

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    14/11/2017

    Delação revela pagamento de R$ 20 milhões a grupo de André Puccinelli

    Ex-governador foi preso nesta terça-feira, junto com o filho advogado e mais duas pessoas

    Investigadores durante coletiva na PF. (Foto: Marcos Ermínio).
    O ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), - preso preventivamente - e o grupo que comandava teria recebido recursos na ordem de R$ 20 milhões oriundos de propina da JBS. É o que revelou o delegado PF (Polícia Federal), Cleo Mazzoti, durante coletiva de imprensa concedida nesta terça-feira (14).

    Nesta manhã, PF, Controladoria-Geral da União e Receita Federal, deflagram a 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, cujo principal alvo é o ex-governador do Estado.

    Outros R$ 2 milhões seriam depositados em contas. No entanto, o valor exato será levantado por meio de uma auditoria.

    O delegado afirma que a informação sobre repasse de propina foi dada por Ivanildo da Cunha Miranda em colaboração premiada. Parte do dinheiro teria sido repassado por ele diretamente para o ex-governador.

    "Fomos procurados por Ivanildo (para delação), que foi operador de 2006 a 2013", disse Cleo ressaltando que dados passados por ele foram confirmados pela investigação.

    O operador recebia valores da empresa - pago em troca de benefícios fiscais - e ficava com parte dele, conforme o delegado. "Recebia entre R$ 60 mil e R$ 80 mil. Em 2010, acima de R$ 200 mil".

    A delação premiada está na 3ª Vara Federal de Campo Grande sob sigilo, que será retirado para acesso à tarde. Os investigadores afirmam que o operador confessou participação no esquema de propina, portanto, vai responder pelos delitos, independentemente da colaboração com a Justiça.

    "O acordo de delação coloca que ele recebia valores de propina da JBS e entregava ao senhor Puccinelli em espécie ou em conta que Puccinelli indicava".

    André teria recebido, ainda de acordo com a investigação, R$ 20 milhões durante a campanha para o governo estadual referente ao seu segundo mandato.

    Conforme Cléo, os executivos da JBS "deram todo o caminho". "Hoje, nas buscas, temos alguns documentos que dão o mesmo caminho. A investigação não sai da linha que está sendo levada desde o início".

    Além das prisões, a Justiça decretou seis mandados de condução coercitiva. A reportagem conseguiu os nomes de quatro pessoas que foram levadas para depor na sede da PF (Polícia Federal) nesta 5ª fase da Lama Asfáltica, batizada de Papiros de Lama: André Luiz Cance, João Maurício Cance, João Baird e João Alberto Krampe Amorim dos Santos.

    Fonte: campograndenews
    por: Mayara Bueno e Viviane Oliveira


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