CAMPO GRANDE (MS),

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    24/10/2017

    Ex-vereador e esposa mortos foram ‘punidos por ódio e desejo materialista’

    Esposa de político também foi estuprada

    © Henrique Kawaminami
    Depois da primeira audiência envolvendo os acusados de matar o ex-vereador Cristovão Silveira e a esposa Fátima Silveira, em julho deste ano na chácara do casal, advogado assistente de acusação, Fabio Trad Filho, afirmou que ficou comprovado que Silveira e a esposa sempre trataram bem o caseiro acusado pelo crime. Para o advogado, o casal foi punido “por ódio e desejo materialista” dos acusados.

    Na primeira audiência, foram ouvidos três policiais militares que atenderam a ocorrência e testemunhas de defesa. Além do caseiro Rivelino Mangelo de 45 anos, também são réus no processo os filhos dele Rogério Nunes Mangelo, de 19 anos, e Alberto Rivelino Nunes Mangelo. Todos estão presos.

    Ao fim da audiência realizada na 4ª Vara Criminal da Capital, advogado de Alberto, Conrado dos Passos, afirmou que o cliente não teve participação no crime e que apenas recebeu os produtos que o pai, o irmão e mais um comparsa roubaram da residência, entre eles uma televisão.

    © Henrique Kawaminami
    “Meu cliente não teve participação nesse crime, ele foi vítima de uma tentativa de excluir os outros. Ele estava trabalhando na fazenda e os rapazes tentaram esconder as coisas com meu cliente. Ele não tinha conhecimento do crime cometido pelo pai”, completou o advogado.

    Assistente de acusação, o advogado Fábio Trad Filho ressaltou o fato do crime ter sido bárbaro e ter chocado toda a sociedade. “Reunidas as provas, a motivação foi patrimonial, latrocínio, maior pena do código penal. Circunstâncias do crime foram bárbaras e cruéis. O casal sempre os tratou bem e foi punido por ódio e desejo materialista”, disse o advogado.

    Detalhes em relação ao estupro, crime também imputado aos acusados que vitimaram Fátima, não foram repassados pelo advogado.

    Além das testemunhas, Alberto e Rivelino participaram da audiência, no entanto, nenhum defensor do caseiro Rivelino falou com a imprensa. O filho do casal morto, Filipi Silveira, também acompanhou a oitiva das testemunhas. Uma nova audiência deve ser marcada para o próximo dia 1º de novembro para oitiva dos outros envolvidos. Pelo menos mais três audiências devem ocorrer antes do julgamento.
    O caso

    Cristovão Silveira e a esposa Fátima Silveira foram assassinados no dia 18 de julho, quando chegaram a chácara por volta das 15 horas. Cristóvão teria sido atraído até o galpão e no local foi cercado pelos três suspeitos.

    A vítima, que recebeu um primeiro golpe na nuca teve o dedo decepado ao tentar se defender das facadas. As mãos de Cristóvão estavam bastante machucadas e um golpe na altura do pescoço chegou a quebrar sua coluna.

    Ao ver que o marido estava sendo atacado pelo trio, Fátima tentou ajuda-lo com um cabo de vassoura, mas caiu no chão e foi atacada com dois golpes de facão por Rivelino. O caseiro negou que tenha tinha tido relação sexual com Fátima e disse que tirou as roupas dela e passou as mãos em suas partes íntimas.

    Após as mortes, o caseiro, foi preso quando recebia alta do hospital Santa Casa, após ser atendido por causa de um corte profundo no pé. Ele foi socorrido depois que a dona de um bar, que fica a 800 metros da chácara, acionou o socorro. Segundo ela, Rivelino chegou a dizer que sete homens invadiram o local para roubar. Mas, após ser levado para depoimento acabou confessando a autoria dos assassinatos.

    Assim que mataram o casal, Rogério e Diogo fugiram com a caminhonete até Anastácio e, então, até uma chácara localizada a 30 km de Aquidauana, onde estava Alberto Rivelino, 21 anos, também filho do caseiro e que teria ficado com uma TV roubada do casal.

    Alberto confessou à polícia, que o primo e o irmão chegaram ao local na caminhonete roubada com as roupas ensanguentadas e teriam queimado as peças. Diogo então seguiu com um outro comparsa, já que o mesmo não sabia dirigir, para a Bolívia. Ele acabou morto em uma troca de tiros com a polícia durante sua fuga, no município a 444 quilômetros de Campo Grande.

    Filho do ex-vereador © Henrique Kawaminami

    Fonte: Midiamax
    Por: Aliny Mary Dias e Ana Paula Chuva


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