CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    17/10/2017

    COLUNA DO SIMPI| Crise energética latente


    Nos últimos anos, a economia brasileira saiu de uma situação de um crescimento quase chinês, para cair numa profunda recessão, talvez a pior da história do país. De uma forma geral, tudo piorou: a contração da economia levou à queda da produção, que aumentou de sobremaneira a taxa de desemprego e, consequentemente, reduziu a renda e o consumo. A boa notícia - ironicamente - é que não tivemos apagões ou blecautes. “A demanda por eletricidade está menor do que em 2014, em função da própria crise. Se estivéssemos experimentando um período de crescimento econômico, certamente estaríamos enfrentando sérios problemas”, afirma Sílvio Paixão, professor de Análise de Cenários Econômicos e Macroeconomia da FIPECAFI.

    Embora o consumo tenha caído, temos, porém, vivenciado sucessivas majorações nas tarifas de energia elétrica, motivo de grande preocupação para o setor produtivo, já que esse insumo representa, em média, 15% de todo o custo da indústria, segundo dados da pesquisa SIMPI/DataFolha. “De fato, a seca muito forte que tivemos há cerca de 4 anos, e que se prolongou por um período muito longo, causou prejuízo considerável nos níveis dos reservatórios de água que, mesmo com o fim da estiagem, não conseguiram se recuperar” explica ele. “Agora, com a chegada de um novo período de estiagem, para que não houvesse desabastecimento de água, interrompeu-se a geração de energia hidrelétrica, substituindo pela termoelétrica, que é mais cara, e que ficou ainda mais, com a elevação dos tributos sobre os combustíveis”, complementa.

    Contudo, segundo o especialista, a crise energética não é só culpa da falta de chuvas. “É preciso considerar os equívocos estratégicos de longa data, desde a aplicação de políticas tarifárias populistas até a total ausência de investimentos em obras para geração e transmissão”, aponta ele, argumentando que se faz urgente a revisão da matriz energética brasileira. “É preciso planejamento de novas hidrelétricas (com reservatórios de água), investir em fontes alternativas e, também, acelerar campanhas de racionalização e economia no uso da eletricidade”, diz ele. “Enquanto isso não acontece, as empresas vão precisar encontrar soluções criativas para suportar os custos, que continuarão a crescer”, conclui Paixão.

    Fatiamento de férias, segundo a Reforma Trabalhista

    Prevista de entrar em vigor no próximo dia 11 de novembro, a Reforma Trabalhista é um assunto polêmico que tem dividido a opinião pública. Foram alterados mais de 100 artigos da obsoleta Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) - datada dos anos 1940 - que irão, com toda certeza, impactar diretamente a vida do empresário e do trabalhador brasileiro. Aos poucos, nessa Coluna, procuraremos esclarecer os principais pontos.

    Hoje vamos falar sobre o fatiamento de férias que, de acordo com a nova legislação, prevê a possibilidade de o empregado, em comum acordo com o empregador, fracionar o período de férias em até 3 períodos - e não mais em 2, como temos atualmente - desde que um deles seja de, no mínimo, duas semanas, e os outros não poderão ser menores que 5 dias corridos. “Além disso, ficará proibida a concessão de férias com início em até 2 dias antes de um feriado ou nos dias de descanso semanal, ou seja, no sábado e domingo”, explica o advogado Marcos Bernardini. Ainda, ele esclarece que o pagamento das férias ao empregado continuará a ser feito de forma antecipada, sempre no início do período de descanso anual. “A regra do abono pecuniário também permanece inalterada, ou seja, o empregado poderá vender no máximo 1/3 das suas férias (10 dias) ao empregador”, conclui o especialista jurídico.



    Imprimir