Acusados de organização criminosa e obstrução da Justiça junto com o presidente da República, Eliseu Padilha e Moreira Franco entregam defesas na CCJ nessa quarta-feira (4)
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Assim como o presidente Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) também entregaram nessa quarta (4) suas defesas à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.
Os dois são acusados pela Procuradoria-Geral da República de integrar uma organização criminosa que lesou os cofres públicos em mais de R$ 500 milhões.
O advogado Daniel Gerber, responsável pela defesa de Padilha, classificou a denúncia como "inepta" e afirmou que "não há sequer uma menção de participação do ministro em qualquer ato vinculado à Operação Lava Jato".
A defesa de Padilha tem 44 páginas. Na introdução, intitulada "Sobre a criminalização da atividade política", o advogado cita uma fala gravada do advogado Francisco de Assis e Silva em conversa com o empresário Joesley Batista, da JBS, seu cliente: "Eles querem foder o PMDB, eles querem acabar com eles". A defesa destaca ainda que as provas da denúncia são "unicamente" delações premiadas do corretor Lúcio Funaro e de executivos da Odebrecht e da JBS.
Ele diz haver a suspeita de que a versão oficial da colaboração foi "extremamente seletiva", e que a denúncia foi oferecida "às pressas, sem a necessária seriedade jurídica que deve acompanhar toda imputação criminal".
A defesa de Moreira Franco tem 42 páginas, fora os anexos, e é assinada, entre outros, pelo advogado Antônio Sérgio de Moraes Pitombo, que faz vários ataques ao trabalho do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, autor da acusação.
"É preciso que a Câmara ponha fim ao verdadeiro regime de terror, instaurado a partir do modelo de atuação persecutória e midiática, adotado pelo procurador-geral anterior", diz o texto.
Fonte: NAOM - Com informações da Folhapress.