CAMPO GRANDE (MS),

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    02/08/2017

    Justiça bloqueia R$ 246 milhões em bens de 37 acusados de corrupção

    O procurador da Câmara Municipal, André Luiz Scaff, e a mulher dele estão entre os denunciados

    André Scaff, quando prestou depoimento em maio, na primeira fase da Operação Midas, do Gaeco (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
    O juiz Alexandre Antunes da Silva, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais de Campo Grande, determinou o bloqueio de R$ 246 milhões em bens de 37 pessoas e empresas envolvidas em esquema de corrupção. O procurador da Câmara Municipal, André Luiz Scaff, é um dos alvos.

    O montante de bens indisponibilizados resulta da soma dos bloqueios determinados em cinco ações civis de improbidade administrativa.

    O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) informou os nomes de apenas dois réus – Scaff e a mulher dele, Karina Ribeiro Mauro Scaff.

    Os dois foram alvos da Operação Midas – que teve duas fases no ano passado – e chegaram a ser presos. A força-tarefa investigou esquema de pagamento de propinas envolvendo servidores, empresas e integrantes do poder Executivo e Legislativo municipal.

    Ainda conforme informou o MP, por meio da assessoria de imprensa, os 37 réus são acusados de corrupção e o bloqueio de bens foi pleiteado para garantir o futuro ressarcimento aos cofres públicos.

    As cinco ações tramitam em segredo de Justiça e o Ministério Público não deu mais detalhes.

    A assessoria de imprensa divulgou apenas um trecho da decisão de Alexandre Antunes, que considerou “que os documentos colacionados aos autos demonstram suficientemente a existência de fundados indícios da prática do ato de improbidade administrativa por parte dos requeridos”.


    Equipe do Gaeco cumpriu mandado de busca no escritório de Scaff em
     setembro do ano passado (Foto: Richelieu de Carlo/Arquivo)
    O advogado de Scaff, José Wanderley Bezerra, disse apenas que o cliente dele não foi notificado da decisão ainda.

    Preso três vezes – Na manhã do dia 18 de setembro do ano passado, o procurador e a mulher dele, Karine Ribeiro Mauro Scaff, foram presos. O procurador já havia sido preso em maio, por posse ilegal de munições, encontradas durante varredura em endereços ligados a ele.

    A Operação Midas investigou crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.

    Scaff foi o principal alvo da força-tarefa e era suspeito de receber propina no valor de R$ 3 milhões, para aditar e renovar contratos de empresas prestadoras de serviços com a Prefeitura de Campo Grande, no período em que foi secretário de finanças, na gestão Gilmar Olarte – que durou de março de 2014 a agosto de 2015.

    Depois de saber da investigação contra ele, o procurador tentou interferir “efetivamente” na condução da apuração, segundo o Gaeco.

    Em um diálogo, flagrado por meio de interceptações telefônicas, o procurador mencionou “de forma depreciadora” que os promotores seriam “molecada” e que não teriam conhecimento de seu “tamanho”.

    Foi quando Scaff acabou preso pela terceira vez em 8 de outubro.

    Histórico - Servidor concursado desde março de 1985 na Câmara Municipal, André Scaff fazia o papel de coordenador-geral de apoio jurídico, conforme consta no Portal da Transparência do Legislativo. Hoje, ele está afastado do cargo.

    Ele atuava na assistência jurídica das sessões e atuou também no apoio à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote, que culminou na cassação do então prefeito Alcides Bernal (PP) e, por consequência, a tomada de comando da Prefeitura de Campo Grande por Olarte.

    Como secretário de Finanças, em agosto do ano passado, último mês que ficou no cargo, uma vez que Bernal reassumiu a prefeitura no dia 27 de agosto de 2015, Scaff recebeu R$ 13.836,49, mostra o Portal da Transparência do município.

    Fonte: campograndenews
    Por: Anahi Zurutuza


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