CAMPO GRANDE (MS),

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    13/07/2017

    Pronunciamento: Lula diz que não falou antes para ver jogo do Corinthians

    Confira principais pontos de pronunciamento do ex-presidente após sentença

    © Divulgação
    O primeiro pronunciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde sua condenação, na sede do partido petista, em São Paulo, teve participação de aliados e amigos, entre eles a senadora Gleisi Hoffmann (PT), presidente do partido, e o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas.

    Lula começou o depoimento ironizando o motivo por não ter se pronunciado após o recebimento da sentença, na quarta-feira (12). "Ontem eu não quis falar à imprensa porque eu tinha um assunto muito importante, que era ver o Corinthians derrotar o Palmeiras", disse o ex-presidente.

    Em seguida, o ex-presidente criticou a sentença do juiz Sérgio Moro, considerada pelo petista um "estudo profundo de como não fazer uma peça condenatória". Ele leu um artigo publicado por ele próprio, em que previa que seria condenado.

    "Devem avaliar que, se não me prenderem, serão eles os desmoralizados perante a opinião pública", diz Lula. Ele prosseguiu alegando que seus depoimentos não valeram de nada à Justiça, pois "eles já estavam com o processo pronto".

    "Eu não sei como alguém consegue escrever quase 300 páginas para não dizer absolutamente nada de prova contra a pessoa que ele quer acusar", esbravejou o ex-presidente. Segundo Lula, sua condenação teve um forte componente político.

    O ex-presidente afirmou que a condenação o deu vontade política de postular sua candidatura a presidente pelo PT nas próximas eleições. "Se alguém pensa que com essa sentença me tiraram do jogo, pode saber que eu estou no jogo", prosseguiu.

    Antes de finalizar seu discurso, Lula ainda negou o conteúdo da peça condenatória, alegando que não possui o triplex do Guarujá. "Não sou dono de um triplex. Não tenho triplex. E ainda fui multado em R$ 700 mil", finalizou.

    Outros depoimentos

    Desde as 10h30, manifestantes pró-Lula fizeram um ato de abraço ao ex-presidente do lado de fora da sede do partido. Na ocasião, o ex-ministro Alexandre Padilha, que estava no evento, afirmou que a sentença dada pelo juiz Sérgio Moro foi uma "aberração".

    Moro condenou o ex-presidente a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no processo que julgava o recebimento do presidente de um triplex do Guarujá, como favor em troca de vantagens concedidas a empreiteira OAS.

    A senadora Gleisi Hoffmann se pronunciou antes do presidente chegar, afirmando que a sentença de Moro "carece de provas". "Estão condenando o presidente com base em convicções", disse. Logo após, Lula chegou ao local aos gritos de "Lula, guerreiro, do povo brasileiro".

    Antes do ex-presidente se pronunciar, o advogado de Lula, Cristiano Zanin, também teve sua fala. "Reiteramos nossa indignação diante de uma sentença não só sem prova da culpa, mas desprezando a prova da inocência", disse.

    "A sentença despreza o depoimento de 73 testemunhas que foram ouvidas ao longo de 24 audiências, despreza provas documentais e dá validade jurídica a papéis que não deveriam ter", continuou o advogado.

    "Sobretudo ao depoimento de um delator informal, cujo depoimento mereceu 29 parágrafos na sentença. A prova da inocência recebeu singelos 5 parágrafos", completou Zanin. Um ato foi convocado pelo presidente da CUT, para a próxima quinta-feira (20), na ocasião.

    Fonte: Midiamax
    Por: Joaquim Padilha
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