CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    10/07/2017

    Farmacêuticos de MS exigem piso salarial de R$ 3.748,00 e repudiam “argumentos infundados” de empresários

    © Divulgação
    Os profissionais farmacêuticos de Mato Grosso do Sul reagiram com a postura do sindicato que defende os interesses dos empresários do setor, depois de ser veiculada em um jornal de grande circulação, a notícia de que se for aprovado o projeto que prevê aumento no piso salarial, o setor sofrerá as consequências causando a demissão e o fechamento de postos de trabalho.

    De acordo com a notícia veiculada neste sábado (8), os empresários que atuam no setor farmacêutico alegam que a crise financeira do país derrubou as vendas em 30% e a possível aprovação do projeto que prevê o piso salarial em R$ 3.748,00 iria gerar “desemprego e fechamento de farmácias”. O entendimento dos empresários do setor, segundo o sindicato patronal, está totalmente equivocado, conforme alegam os farmacêuticos. Empresas que estão tendo prejuízos, com certeza estão sem gestão, compreendem muitos profissionais.

    Apesar de uma farmácia ou drogaria não ser tratada pelos profissionais como um estabelecimento comercial, mas sim estabelecimento de saúde, é preciso compreender que por trás do atendimento profissional à população existe um negócio, ou seja, uma empresa que deve ter gestão para sobreviver. Matéria jornalística publicada no jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, em março deste ano, muitos medicamentos tiveram o aumento de preço.

    De acordo com o portal Novo Varejo, que já publicou inúmeras reportagens sobre o setor, uma grande rede que possui inúmeras unidades em Mato Grosso do Sul, o ano passado foi excepcional, onde a empresa cresceu em 40% o seu faturamento chegando a um lucro líquido de R$ 167,7 milhões somente no segundo trimestre de 2016. Ainda sobre essa mesma rede, que contempla duas marcas de farmácias e drogarias, o aumento direto nas vendas bateu a marca de 14,5% e no ano passado, a expectativa foi alcançada e a rede conseguiu crescer chegando a 1.330 lojas em todo o país. Para 2017, essa mesma rede considerada super competitiva, tinha uma previsão de abrir 195 lojas no país, mas diante do mercado aquecido abrirá 200 unidades, ou seja, comprovando que o mercado existe para quem possui planejamento e gestão de qualidade.

    Se a empresa farmacêutica não consegue implantar uma gestão eficiente com respeito à sua mão de obra [farmacêuticos], é preocupante o seu compromisso com a população, ou seja, o paciente.

    Conselho Federal e a gestão das empresas

    Falando em gestão de empresas farmacêuticas, os farmacêuticos de Mato Grosso do Sul expressaram mais uma vez a indignação com as palavras “fracas, desmotivadoras e capitalistas” do sindicato que defende a classe patronal. De acordo com os farmacêuticos, hoje não é possível ter uma empresa do setor sem ter a presença constante de um profissional devidamente registrado no Conselho de classe e, é mais intrigante ainda, ver o sindicato patronal reclamar de que farmácias irão fechar e faltarão postos de trabalho se o aumento do piso salarial for aprovado.

    Os farmacêuticos alegam que o próprio Conselho Federal de Farmácia incentiva a boa gestão na empresa farmacêutica, tanto é que desde o mês de maio deste ano, o CFF promove a inclusão dos empreendedores ao programa que oferece consultoria para as empresas farmacêuticas, ou seja, os empresários têm mais um motivo para buscar a excelência na gestão e contornar a possível crise e ainda aumentar o faturamento.

    De acordo com os farmacêuticos de MS, o que não pode é querer aumentar o faturamento nas empresas e não compartilhar desse sucesso nos negócios com os profissionais que fazem a farmácia ou drogaria funcionar, fato até então ignorado pelo sindicato patronal.

    Gestão eficiente

    Os profissionais farmacêuticos alegam ainda que não veem o setor empresarial fazer algo para mudar a realidade salarial dos profissionais que “fazem a empresa farmacêutica funcionar”. Os empresários precisam entender que sem o farmacêutico, não há atividade comercial na farmácia, na drogaria, e em diversos outras unidades de trabalho, seja pública ou privada.

    Mas os farmacêuticos de Mato Grosso do Sul já estão cientes de algumas manobras políticas que vem acontecendo no Estado. Há fortes indícios de que pessoas que transitam no setor farmacêutico estariam articulando contra a classe, beneficiando a luta do lado patronal e isso poderá vir à tona dentro dos próximos dias, fato que é possível ser compreendido se analisado o comportamento de pessoas ligadas a gestão pública e a classe política.

    Ainda na próxima semana, poderá ser anunciada uma solução para o governo do Estado e para a classe patronal compreenderam a importância de se aprovar o projeto que prevê o piso salarial de R$ 3.748,00, valor compatível com o mercado local e com a realidade nacional.

    O projeto de lei e a política

    O projeto que prevê o piso salarial de R$ 3.748,00 aos farmacêuticos de Mato Grosso do Sul é de autoria do deputado estadual Paulo Siufi, com apoio incondicional dos deputados Professor Rinaldo, Mara Caseiro e Jorge Takimoto. O projeto para ser votado na Assembleia Legislativa, precisa ser enviada à Casa de Leis pelo governador Reinaldo Azambuja.

    Para muitos farmacêuticos, é estranho ver que também assina o projeto, o deputado Rinaldo, líder do governador Reinaldo Azambuja na Assembleia, e ao mesmo tempo o governador estar “engavetando o projeto”. Até o momento, o governador não se posicionou sobre o projeto e o seu líder no legislativo estadual, deputado Rinaldo, uma reunião será agendada, porém essa reunião não pode demorar, dizem os farmacêuticos de MS, uma vez que, enquanto essa reunião não acontece, o sindicato patronal vai à mídia publicar conteúdo totalmente tendencioso forçando uma interpretação equivocada pela sociedade e pelos profissionais que não estão acompanhando de perto a luta.

    Em resumo, os farmacêuticos prometem uma forte ofensiva na próxima semana e novos fatos devem vir à tona, filtrando os militantes dessa luta que realmente vale a pena e valoriza financeiramente os farmacêuticos, pois tecnicamente falando, os profissionais já são capacitados e desempenham a sua função com amor e dedicação ao paciente, a população em geral.

    Para mais informações, os farmacêuticos que estão nessa luta pedem que todos se expressem nas empresas, nas redes sociais, no dia a dia, sempre com muita respeitabilidade e fatos concretos. “Nada irá ser maior que a verdade e a verdade, nem mesmo articulações fracas de argumentos”.

    Fonte: ASSECOM
    Imprimir