Por se tratar de um parlamentar, com prerrogativa de foro, o caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF)
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A defesa de uma ex-funcionária do deputado federal Tiririca (PR-SP) apresentou uma denúncia, distribuída na última quarta-feira (28) ao ministro Celso de Mello, do STF, alegando que o parlamentar teria a assediado sexualmente.
Por se tratar de um parlamentar, com prerrogativa de foro, o caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo informações do Metrópoles, a alegação foi apresentada em um processo trabalhista apresentado por ela contra o deputado, e reafirmado à Polícia Civil do DF depois que a esposa de Tiririca registrou uma ocorrência de extorsão contra a mulher.
Na denúncia, Maria Lúcia Gonçalves Freitas de Lima, que trabalhava na casa do parlamentar como empregada doméstica, teria sofrido assédio em pelo menos duas ocasiões, em São Paulo e em Fortaleza, no ano passado.
No dia 24 de maio do ano passado, durante uma viagem com o casal e a filha para São Paulo, Tiririca, que estaria "exalando odor etílico", teria cometido o abuso.
"Francisco segurou a declarante pelo braço, jogou-a no sofá da sala e, segurando-a por trás e pela cintura, disse: ‘Vou comer seu cu, vou comer sua buceta’", relatou a ex-funcionária.
Em seguida, na presença da família, o parlamentar teria desabotoado a calça e, "com o pênis ereto", começado a correr atrás dela. Ela afirma que a filha, dois assessores do deputado e a mulher "riram do ocorrido".
Em outra ocasião, na mesma semana, Maria Lúcia foi com a família de Tiririca para Fortaleza, onde ficou durante oito dias cuidando da filha do casal. No Ceará, eles teriam ficado hospedados em um sítio do deputado.
À Polícia Civil do DF, Maria Lúcia disse que “a família fez festas todos os dias; que sempre que a declarante passava perto de Francisco ele dizia: ‘vou te comer’, passava a mão no cabelo da declarante e nas nádegas. Várias vezes Francisco dizia: ‘você vai gostar, meu pau tem a cabeça muito grande, se experimentar, vai gostar”.
Durante a viagem, a funcionária disse que foi procurada pela esposa de Tiririca, que teria dito que o deputado federal fazia aquilo “porque gostava dela”. Maria Lúcia, então, teria respondido que não era “puta nem piranha”. Segundo ela, a demissão ocorreu após retornarem a Brasília.
Extorsão
A ocorrência sobre a suposta extorsão foi registrada na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), em 3 de maio deste ano, pela esposa de Tiririca, Naná da Silva Magalhães.
Segundo a mulher do parlamentar, a tentativa de extorsão teria ocorrido em junho de 2016 na casa onde o deputado mora, na Asa Norte, um mês depois da data em que Maria Lúcia diz ter sido assediada. Ela alega que a ex-funcionária foi demitida pois "fazia uso de bebida alcoólica durante a jornada de trabalho". No entanto, após receber a notícia, Maria Lúcia teria pedido R$ 100 mil, "caso contrário prejudicaria o casal".
De acordo com a mulher do deputado, todas as verbas trabalhistas foram devidamente quitadas quando a doméstica parou de trabalhar na residência do casal.
A ação tramita na 21ª Vara do Trabalho de Brasília, sob segredo de Justiça. Já a ocorrência registrada na 10ª DP com os dois depoimentos foi enviada ao STF.
O advogado do parlamentar diz que Maria Lúcia tenta utilizar o estereótipo do “personagem Tiririca” para atribuir ao parlamentar os mesmos comportamentos na vida pessoal e privada.
“Ao contrário, é uma pessoa centrada, pai dedicado, homem conhecedor da sua importância política e que representa o país, talvez, melhor que muitos médicos, advogados e promotores de Justiça eleitos”, ponderou.
Fonte: NAOM