Zenão de Cício (335-264 a.C.), fundador do estoicismo, doutrina desenvolvida por várias gerações de filósofos e que exerceu profunda influência na ética cristã, afirmou que a verdadeira felicidade somente é possível ao indivíduo que detém uma ética em que a imperturbabilidade, a extirpação das paixões e a aceitação resignada do destino são as marcas fundamentais; que essa rigidez ou fidelidade aos seus próprios princípios morais, com a tranquilidade imperturbável, possibilitam a cessação das paixões e a adequação submissa ao destino, na resignação diante de alguma situação trágica ou à frente de um grande sofrimento, atingindo-se o autocontrole e a calmaria (ataraxia) como o meio de se alcançar a felicidade.
Séculos depois, Jesus Cristo afirmou que o amor é elemento fundamental para se atingir a harmonia e a felicidade.
O líder religioso árabe Maomé (570-632) que fundou o islamismo, enfatizou a caridade e a esperança numa vida após a morte como elementos fundamentais para uma felicidade duradoura.
No século XIII, o padre católico, filósofo e teólogo italiano da Ordem Dominicana, considerado o "Príncipe da Escolástica" e intitulado Doutor da Igreja Católica, Tommaso d'Aquino (1225-1274), ou Tomás de Aquino descreveu a felicidade como a visão beatífica, a visão da essência de Deus, a qual é essência do Bem, ou da Bondade.
O suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) filósofo social, teórico político, escritor e compositor autodidata, além de ter sido um dos mais importantes participantes do Iluminismo, autor de “O Contrato Social”, cujos fundamentos permitem a democracia, disse que o ser humano recupera a felicidade original quando a educação o leva de volta à sua simplicidade original.
Nos séculos XVIII e XIX, os filósofos ingleses Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1873) difusores da doutrina denominada utilitarismo, diziam que a felicidade é o que move os seres humanos e que os governos nacionais têm, como função básica, a maximização do bem-estar e da felicidade coletiva.
O filósofo francês Auguste Comte (1798-1857) afirmou que a ciência e a razão são os elementos que devem nortear o ser humano na busca da felicidade e que, formando a chamada "religião da humanidade", entre todo o gênero humano, a felicidade deve ser baseada no altruísmo e na solidariedade.
O filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) disse que a felicidade humana só pode ser conquistada mediante o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes.
O psiquiatra Sigmund Freud (1856-1939), considerado o pai da psicanálise, afirmou que todo ser humano é movido pela busca da felicidade, por intermédio do princípio do prazer. Entretanto, segundo ele, essa procura torna-se frustrada devido à impossibilidade de o mundo real atender a todos os nossos desejos. Afirmou que, pelo "princípio da realidade", o máximo que podemos obter é uma felicidade parcial.
Carl Gustav Jung (1875-1961) psiquiatra e psicoterapeuta suíço que fundou a psicologia analítica, Abraham Maslow (1908-1970) psicólogo norte-americano, conhecido pela Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas, Carl Rogers (1902-1987) psicólogo norte-americano que desenvolveu a Psicologia Humanista, Erich Fromm (1900-1980) psicanalista alemão, filósofo e sociólogo e outros psicólogos humanistas, desenvolveram teorias e práticas bem-sucedidas com o objetivo de entender os aspectos que motivam a felicidade humana.
Continuação na próxima semana.