Ele cumpre pena em Tremembé e tenta na Justiça um indulto humanitário, para poder deixar o presídio. Na noite de sexta-feira, foi levado para um hospital.
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O ex-médico Roger Abdelmassih, de 70 anos, no dia em que chegou a SP, após ser encontrado no Paraguai, em 2014 (Foto: William Volcov/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo) |
Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão por estuprar pacientes, foi internado em Taubaté na noite desta sexta-feira (7) com problemas cardíacos.
Ele cumpre pena na Penitenciária 2, em Tremembé (SP), e passa por uma série de exames de saúde porque tenta obter um indulto humanitário. O benefício pode ser concedido pela Justiça para presos que tem doença grave e permanente, que não pode ser tratada no presídio. Neste caso, o detento seria liberado para o tratamento em casa - o pedido não tem prazo para ser julgado.
O processo de indulto em andamento é acompanhado por um perito nomeado pela Justiça. Na sexta-feira, o médico atestou que devido aos problemas cardíacos do detento, Abdelmassih precisava ser atendido num hospital com urgência.
A Vara de Execuções Criminais de Taubaté determinou a transferência dele e, por volta de 19h30, Roger foi levado para o Hospital Regional, onde segue internado. A reportagem aguardava informações sobre o estado de saúde dele.
Indulto
Nesta semana, o preso foi levado a uma clínica particular em Taubaté para realizar os exames que integram seu pedido de indulto. Eles foram pagos pelo próprio detento.
Na quinta-feira, ele fez um exame de angiotomografia de aorta - método de uso de imagem para analisar o coração.
No último dia 1º, Abdelmassih foi submetido a um eletrocardiograma, outro exame para a análise do coração.
Histórico
Roger, que era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil, foi condenado 2010. Foram considerados 48 ataques a 37 vítimas entre 1995 e 2008. Abdelmassih não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dava a ele o direito de responder solto.
O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia.
Em 24 de maio de 2011, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) cassou o registro profissional de médico de Abdelmassih.
Após três anos foragido, quando chegou a ser considerado o criminoso mais procurado de São Paulo, Abdelmassih foi preso no Paraguai pela Polícia Federal (PF), em 19 de agosto de 2014. Em outubro daquele ano, a pena dele foi reduzida para 181 anos, 11 meses e 12 dias, por decisão judicial. Entretanto, pela lei brasileira, nenhuma pessoa pode ficar presa por mais de 30 anos.
Por G1 Vale do Paraíba e região