CAMPO GRANDE (MS),

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    02/03/2017

    Grávida de 22 anos tem morte cerebral, mas é mantida viva para gerar filho

    Renata está com 23 semanas de gestação e cesárea será daqui a 5 semanas

    Renata sofreu AVC quando estava internada - Reprodução/Facebook
    À espera do primeiro filho, um jovem casal campo-grandense teve a vida totalmente transformada há pouco mais de um mês, quando Renata Souza Sodré, de 22 anos e que estava grávida de quase cinco meses, teve morte cerebral constatada. Por decisão da família, a jovem é mantida viva por aparelhos para gerar o filho, que só deverá ser retirado da mãe daqui a cinco semanas.

    Aos 25 anos, Eduardo Noronha vive o drama de acompanhar a gestação da esposa que está internada em um leito de Unidade Terapia Intensiva (UTI), sem chances de sobreviver.

    Ele conta que vivia com a esposa no bairro Vivendas do Parque, que Renata tinha boa saúde e trabalhava com serviços gerais. Há pouco mais de um mês, a jovem passou mal em casa e foi levada até posto de saúde do bairro.

    O estado de saúde se agravou e a gestante precisou ser transferida para a Santa Casa de Campo Grande. Depois de dois dias, ela sofreu Acidente Vascular Cerebral (AVC) e teve morte cerebral constatada.

    Após o impacto de saber sobre a morte, a família foi comunicada pela equipe médica do hospital que Renata poderia ser mantida viva para que o bebê, um menino que a família chamará de Iago, ficasse forte o suficiente para ser trazido ao mundo por meio de uma cesárea.

    Todos aceitaram e desde então Renata é mantida viva por aparelhos. “O que ela mais queria era ter um filho, e eu não ia desistir do sonho dela", conta Eduardo, que tomou a decisão em companhia da mãe e irmã de Renata. 

    Atualmente, Renata está com 23 semanas de gravidez e o bebê só poderá ser retirado quando completar 28 semanas. Aos sete meses, daqui a pouco mais de um mês, Renata dará a luz e terá os aparelhos que a mantêm viva desligados.

    "Foi uma fatalidade, mas decidimos manter a criança porque por mais que uma vida não troque a outra, teremos uma lembrança dela", completa Eduardo.

    Para a família, que autorizou a doação de órgãos da gestante, ficará a lembrança de uma jovem que partiu cedo, mas que conseguiu cumprir a missão que mais queria: ser mãe. 
    Irmã, mãe e marido de Renata acompanham gestação de jovem que está em UTI (Foto: Bruno Henrique/Correio do Estado)


    Fonte: CE
    Por: ALINY MARY DIAS E BRUNA AQUINO
    Link original: http://www.correiodoestado.com.br/noticia/gravida-de-22-anos-tem-morte-cerebral-mas-e-mantida-viva-para-gerar/299020/