CAMPO GRANDE (MS),

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    08/02/2017

    Eduardo Cunha se nega a fazer exame para comprovar aneurisma, diz Depen

    Ex-presidente da Câmara dos Deputados relatou doença em audiência. De acordo com Depen, 'pena leve será colocada em sua ficha carcerária'.

    Eduardo Cunha chega para depor para Sérgio Moro em Curitiba (Foto: Rodolfo Buhrer/FotoArena/Estadão Conteúdo)
    O diretor do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen), Luiz Alberto Cartaxo de Moura, informou, no fim da manhã desta quarta-feira (8), que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se negou a fazer exames médicos. Ouça acima.

    A avaliação médica em Curitiba, de acordo com o Depen, seria para comprovar a existência de um aneurisma que Cunha alegou ter no cérebro. O político falou sobre a doença ao juiz federal Sérgio Moro durante uma audiência da Operação da Lava Jato, na terça-feira (7).

    Ainda conforme o diretor do Depen, é a segunda vez que ele se nega a ser examinado. Por conta da recusa do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Luiz Alberto afirma que "uma pena leve será colocada na sua ficha carcerária".

    A defesa de Cunha afirma não ter sido informada sobre o exame.

    Veja abaixo o relato completo do diretor do Depen:

    "Ainda relativamente à questão que envolve Eduardo Cunha e o seu alegado aneurisma, revelado durante audiência na Justiça Federal no dia 7 de fevereiro, hoje, dia 8 de fevereiro de 2017, no início da manhã, o custeado Eduardo Cunha foi instado a realizar exame capaz de dizer se, efetivamente, ele é portador desta enfermidade. O custeado negou-se terminantemente a fazer este exame e colhemos o depoimento dos médicos. E, na presença desses médicos, ele afirmou que não faria o exame. Ressalto, ainda, que esse enfermidade foi revelada no dia 21 de dezembro ao corpo médico do CMP, que solicitou à família e aos advogados que fossem encaminhados os exames e os documentos comprobatórios de tal situação, o que até hoje não aconteceu. Então, por duas vezes, já se tentou comprovar a existência deste aneurisma e, por duas vezes, isto não foi possível. Quero dizer que a negativa por parte de Eduardo Cunha em realizar exames determinados pelo corpo clínico do Complexo Médico-Penal, nos termos das leis de execuções penais, constitui infração leve. Ou seja, o Conselho de Disciplina será aplicado a Eduardo Cunha e uma pena leve será colocada em sua ficha carcerária. Este é o relatório que temos a fazer e esta é a posição definitiva do Depen em relação a esta questão que envolve o aneurisma. Informo, também, que tudo isto está sendo regiamente comunicado ao juiz federal doutor Sérgio Moro, uma vez que se trata de preso provisório sob a égide daquele juiz".

    Primeiro interrogatório

    Cunha foi interrogado pela primeira vez por Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, na terça-feira. Foram três horas de audiência, que começou às 15h e terminou por volta das 18h.

    Em meio ao interrogatório, o ex-deputado disse que tem um aneurisma cerebral parecido com o que teve a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva. Dona Marisa morreu na sexta-feira (3).

    Nesta quarta (8), os advogados a defesa de Cunha informaram que pediram à família os exames que diagnosticaram o aneurisma dele e que a documentação deve ser juntada ao processo.

    Preso em 19 de outubro, em Brasília, o ex-presidente da Câmara é acusado de receber propina de contrato da Petrobras para exploração de petróleo no Benin, na África, e usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

    Eduardo Cunha está detido no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana da capital paranaense.



    Do G1 PR
    Por: Alana Fonseca