CAMPO GRANDE (MS),

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    22/02/2017

    Com morte cerebral, jovem é mantida viva no Paraná para dar à luz gêmeos

    Jovem tinha 21 anos e estava no segundo mês de gestação quando teve hemorragia cerebral - Reprodução/Facebook
    "Nós trouxemos canções para as crianças: canções de crianças, canções improvisadas, canções que nós fizemos exclusivamente para elas. A UTI ficou cheia de músicas de amor e afeto", conta a capelã e musicoterapeuta Érika Checan.

    Foi no hospital, cercada de carinho, que Frankielen ficou durante os sete meses de gravidez e até os médicos não poderem mais esperar. Os bebês nasceram com a saúde compatível com a de prematuros dessa idade. 

    "A gente nunca se prepara para perder um filho. A dor de perder um filho é muito grande. Para uma mãe, é a pior dor. Ela foi guerreira até depois da morte, conseguiu dar vida aos filhos dela. Vê-los, agora, é lindo", diz a mãe de Frankielen, Ângela Silva.

    Hoje, os bebês ficam isolados porque precisam de muitos cuidados, principalmente por causa do risco de infecção. Ana Vitória, que nasceu com um 1,4 quilo, é um pouquinho maior do que o irmão Azaphi, que veio ao mundo com 1,3 quilo.

    Para o pai e a avó dos irmãos, a hora mais importante do dia é o momento da visita aos bebês. É um encontro especial, de olhares apaixonados, de preencher o coração machucado. Os médicos avaliam que ainda é cedo para arriscar dizer como eles vão se desenvolver e se ficou alguma sequela.

    Porém, o histórico deles, certamente, aponta para a superação. "Foi um momento, para mim, muito bom, de muita felicidade, dia após dia. Lá dentro, a felicidade transborda, dá ânimo de vida na gente, né?! Não tem preço, sabe. A força vem deles muito pra minha vida. Da minha esposa, vai ficar a saudade e o aprendizado", explica o pai das crianças, Muriel Padilha.

    Após o nascimento dos bebês, a família decidiu doar os órgãos de Frankielen. O corpo dela está sendo velada na manhã desta quarta-feira (22) e deve ser enterrado ainda nesta tarde, em Contenda, na Região Metropolitana de Curitiba.


    Por G1 PARANÁ