Ex-executivos da Odebrecht ainda citaram os senadores Romário e Lindbergh Farias, Rodrigo Maia e Rosinha na delação. Pezão, Paes e Garotinho negam as acusações.
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Dois depoimentos de ex-executivos da Odebrecht, dados em primeira pessoa, no acordo de delação premiada da operação Lava Jato, envolvem políticos do Rio: o governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes, o senador Lindbergh Farias, o senador Romário, o presidente da câmara dos deputados, Rodrigo Maia, e os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho.
Uma reportagem da revista Veja destacou que o diretor de infraestrutura da Odebrecht, Leandro Andrade Azevedo, disse na delação que abasteceu o caixa dois da campanha de Eduardo Paes em 2012 com R$ 30 milhões.
O delator afirma que Odebrecht abasteceu caixa 2 de Eduardo Paes com R$ 30 milhões em dinheiro e no exterior. Azevedo também detalhou como a companhia abasteceu o caixa 2 da campanha de Paes à reeleição, em 2012.
De acordo com a revista, parte do dinheiro foi entregue em espécie na agência Prole - responsável pela campanha na época- e o restante em contas no exterior. A reportagem diz que a negociação era feita pelo deputado federal Pedro Paulo, considerado homem de confiança de Paes, candidato derrotado à prefeitura carioca na última eleição, e que o dinheiro foi enviado para fora do país em contas nas Bahamas e na Suiça.
Já o governador Pezão teria recebido R$ 23,6 milhões em espécie e 800 mil euros no exterior durante a campanha de 2014. Em troca, Pezão ajudaria na liberação de verbas para a empreiteira.
O delator Leandro Azevedo contou que Garotinho e Rosinha teriam recebido R$ 9,5 milhões em três eleições e que esses teriam sido feitos no escritório do ex-governador.
Também citado na delação de Claudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, o senador Lindbergh Farias teria se beneficiado com R$ 3,2 milhões na forma de caixa dois em suas campanhas. A entrega do dinheiro era feita em seu escritório, no Rio.
Políticos negam acusações
O prefeito Eduardo Paes diz que não vai comentar informações baseadas em vazamentos de supostas delações não homologadas. De qualquer maneira, nega que tenha praticado ou autorizado qualquer ato ilegal para arrecadação de fundos da sua campanha à reeleição em 2012. Paes reforça que todas as doações foram oficiais, feitas dentro da lei e suas contas de campanha foram aprovadas pela justiça eleitoral.
O governador Pezão não quis comentar informações que ele considera "vazadas e declarações seletivas". Disse ainda que todas as doações de campanha foram aprovadas pela Justiça eleitoral e que não praticou ou autorizou ações fora da legalidade.
Em nota, Lindbergh Farias diz que tomou conhecimento neste sábado (10) de uma suposta delação envolvendo o seu nome. "Desconheço a delação citada; não tenho, portanto, como responder algo que não é de meu conhecimento. Reforço que todas as minhas campanhas tiveram suas contas aprovadas pela Justiça Eleitoral e que, recentemente, a Polícia Federal solicitou o arquivamento da investigação aberta após citação semelhante. Tenho a consciência tranquila. Não tenho o que temer".
Já o ex-governador Garotinho se posicionou através de seu blog. O ex-governador Anthony Garotinho publicou que sempre manteve com os diretores da Odebrecht uma relação amistosa e disse que gostaria que o delator Leandro Azevedo informasse o país, o banco e número da conta que teria depositado dinheiro no nome dele ou de rosinha. Anthony Garotinho disse ainda que delação premiada não pode, nem deve servir para cobranças de faturas de obras onde existam divergência entre as partes, muito menos para vingança e que para isso existem esferas competentes.
O RJTV entrou em contato com a assessoria de imprensa do senador Romário, mas ainda não obteve resposta.
Por G1 Rio