CAMPO GRANDE (MS),

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    01/12/2016

    Após virar réu, Renan diz que provará inocência ao longo do processo

    Por 8 votos a 3, STF decidiu tornar presidente do Senado réu por desvio de dinheiro público; peemedebista diz que recebeu decisão com ‘tranquilidade’

    presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) - Arquivo

    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou nota nesta quinta-feira (1º) na qual afirma que “provará sua inocência” durante o processo em que se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) (Veja a íntegra da nota ao final desta reportagem).

    Por 8 votos a 3, o Supremo decidiu nesta quinta abrir uma ação penal contra Renan pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público).

    O peemedebista é acusado de destinar parte da verba indenizatória do Senado (destinada a despesas de gabinete) para uma locadora de veículos que, segundo a PGR, não prestou os serviços. No total, o senador pagou R$ 44,8 mil à Costa Dourada Veículos, de Maceió, entre janeiro e julho de 2005. Em agosto daquele ano, a empresa emprestou R$ 178,1 mil ao senador.

    Na manifestação divulgada pela assessoria de imprensa, Renan também diz que a investigação do Ministério Público está "recheada de falhas".

    "Na instrução, o senador comprovará, como já comprovou, com documentos periciados, sua inocência quanto a única denúncia aceita. Os serviços foram prestados e pagos em espécie, o que é legal. O Senador lembra que a legislação obriga o Ministério Público a comprovar, o que não fez em 9 anos com todos sigilos quebrados. A investigação está recheada de falhas", diz a nota, divulgada pela assessoria de Renan.

    Também em nota, o PMDB disse que respeita a decisão do STF e "entende que o resultado de hoje mostra que o processo está apenas começando. Assim como para qualquer pessoa, cabe agora o direito à ampla defesa".

    Denúncia

    Na sessão desta quinta, os ministros analisam uma denúncia de 2013 na qual Renan é acusado de prestar informações falsas ao Senado em 2007, ao tentar comprovar ter recursos suficientes para pagar a pensão de uma filha que teve com a jornalista Mônica Veloso. À época, havia a suspeita de que a despesa era paga por um lobista da construtora Mendes Júnior.

    No julgamento, porém, a maioria dos ministros rejeitou outras duas acusações contra Renan relacionadas a esse caso: de falsidade ideológica e uso de documento falso, cujas penas são de até 5 anos. Restou a acusação de peculato (desvio), cuja punição varia de 2 a 12 anos de prisão.

    Veja a íntegra da nota:

    Nota pública

    O Senador Renan Calheiros recebeu com tranquilidade a decisão do STF e permanece confiante na Justiça. A aceitação da denúncia, ainda que parcial, não antecipa juízo de condenação. Ao contrário, o debate entre os ministros evidenciou divisão e dúvidas quanto a consistência dos indícios do Ministério Público, qualificados como precários por vários deles, inclusive por alguns que aceitaram a denúncia. Não há prova contra o Senador, nem mesmo probabilidades, apenas suposição.

    Na instrução, o Senador comprovará, como já comprovou, com documentos periciados, sua inocência quanto a única denúncia aceita. Os serviços foram prestados e pagos em espécie, o que é legal. O Senador lembra que a legislação obriga o Ministério Público a comprovar, o que não fez em 9 anos com todos sigilos quebrados. A investigação está recheada de falhas.

    A decisão do STF, ao receber parcialmente a denúncia, também ajuda a implodir inverdades que perduraram por anos e foram se transformando, entre elas a de corrupção, de que o Senador recorreu a uma empreiteira para pagar suas despesas. Ou seja, o Senador respondeu publicamente por uma década sobre crime inexistente, sequer objeto da denúncia.

    Assessoria de Imprensa


    Presidência Senado Federal



    Por Gustavo Garcia, G1, Brasília