CAMPO GRANDE (MS),

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    09/11/2016

    Atendimento de urgência aumenta mais de 41% e ninguém paga a conta

    Divulgação

    A quantidade de atendimentos de urgência e emergência realizados pela Santa Casa de Campo Grande entre os meses de janeiro a setembro de 2016 aumentou em 41,6% em relação ao mesmo período de 2015, contribuindo para explicar o déficit milionário amargado pela instituição. Ocorre que este acréscimo não recebe cobertura dos entes federados que, por lei, são os responsáveis por bancar o atendimento público de saúde.

    A contratualização realizada pela prefeitura com o hospital para pagamento da despesa SUS não funciona com planejamento ou projeção como, por exemplo, o orçamento municipal. Nesta, o dimensionamento do pagamento é realizado com vistas no “retrovisor”, ou seja, contrata-se o futuro tendo o passado como base, o que, invariavelmente, impõe déficits absurdos aos prestadores de serviço em saúde brasil a fora. A base do sistema utilizado é a de média histórica, todavia a média sempre se dará abaixo do maior registrado, e a cada vez os números surpreendem para cima.
    Reprodução

    O aumento registrado no período foi 41,6% maior em 2016 com relação ao mesmo período de 2015. Os números foram de 47.978 atendimentos para 67.934, alcançando quase 20 mil atendimentos a mais. Só nos casos de pacientes de trauma oriundos de acidentes de trânsito, o aumento foi de 13,06% na média mensal em relação à mesma média do ano passado. 

    Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no mesmo período a população de Mato Grosso do Sul cresceu em torno de 0,15%, o que deixa especialistas em saúde pública sem compreender exatamente o fenômeno. Algumas das possibilidades aventadas pelos técnicos consultados pela assessoria de imprensa do hospital são a queda nos atendimentos da rede pública em Campo Grande e no interior do Estado, a diminuição da absorção de demanda por parte dos demais hospitais da Capital, além da migração de pacientes da rede particular para a pública por conta da crise econômica instalada.

    Neste contexto, a Santa Casa termina por absorver o excedente de pacientes que não encontra socorro médico em outros pontos e se prejudica pela falta de cobertura financeira para os casos, além da superação excessiva de sua capacidade instalada. Em grosseira comparação seria como se alguém fosse contratado para prestar dez serviços em um mês e lhe fossem enviados vinte sem o pagamento do excedente.

    Na tentativa de resolver a situação, uma reunião foi marcada para sexta-feira (11) pela promotora de justiça, Filomena Fluminhan, entre representantes do Governo Estadual, Prefeitura e Santa Casa, com o objetivo de discutir a repactuação para 2017 e uma ajuda ao caixa do hospital para o final do ano de 2016, esta já sinalizada positivamente pela Secretaria de Saúde do Estado.



    Fonte: ASSECOM


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