CAMPO GRANDE (MS),

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    10/09/2016

    SIDROLÂNDIA| Erva-mate vira protagonista em distribuição de mudas promovida pela Agraer

    Divulgação

    Para estimular agricultores familiares e aproximar adultos e crianças da região urbana aos costumes do campo, a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) montou uma estrutura ao lado do seu estande para distribuição gratuita de mudas de plantas frutíferas (abacate, morango, mamão), hortaliças, eucalipto e até da erva-mate, espécie conhecida pelos sul-mato-grossenses nas forma de uma tradicional bebida gelada, tereré, nas rodas de fim de semana.
    Erva-mate

    Em sacos, copinhos plásticos ou tubetes, as plantas foram cuidadosamente armazenadas para a distribuição. Muitas das mudas são frutos de doações de produtores atendidos pela Agraer, empresas parceiras como a EucaFlora e de trabalhos de pesquisa, como é o caso das mudas de guavira cultivadas dentro da Cepaer (Centro de Capacitação e Pesquisa da Agraer).

    Etiquetadas e expostas nas prateleiras, às mudas despertam o interesse das crianças. Algumas como o pequeno Adoir Rocha Júnior, de 4 anos, já até sabem o destino certo dos “embriões” verdes. “Vou plantar para comer. Lá em casa a gente só compra do mercado”, diz a criança.

    Acompanhado pela avó, Moema Inês Rocha, e do amiguinho de escola, Henrique, também, de 4 anos, Adonir conta a muda que escolheu. “É uma alface. Ela tá pequenina, mas vai crescer. É só cuidar”, diz garoto com a esperteza de quem vê a vó lidar com a terra.

    “Moro no assentamento Jiboia e, em casa, a gente está montando a horta. Também estou levando a muda de erva-mate”, conta a avó do garoto.

    Outro que fez questão de levar erva-mate para o seu sítio é o casal Marilene e René Vieira. “Tomo muito tereré e chimarrão e, em Laguna Caarapã, eu que fazia a tostagem da erva para o meu tereré. Eu tirava da planta e fazia o preparo. Agora, quero ver se posso ter em casa”, afirma o produtor.

    Resgate das raízes: passado e presente

    Se, no passado, Mato Grosso do Sul fez história e riqueza através da Cia de Mate Laranjeiras e, hoje, a erva tostada e pronta para o consumo, é uma velha amiga nas rodas de conversa do fim de semana.

    Em sua forma in natura, a planta se torna um tanto desconhecida em meio a tantas outras folhagens sobre a bancada da Agraer na Exposição de Sidrolândia. “Conheço o tereré, chimarrão e mate. Mas a planta assim eu não conhecia. Gosto de coisas diferentes e vou plantar na chácara”, diz Ângela Maria Costa.

    Para uma boa distribuição e conhecimento a Agraer montou uma planilha os dados das pessoais que está pegando uma muda de erva-mate. A entidade tem interesse de estimular o plantio da espécie dentro do Estado.

    Por conta disso propôs uma parceria junto a Eucaflora, instituição que doou duas mil espécies para ser distribuída dentro da Expo Sidrolândia. “Foi uma ideia da diretoria da Agraer que veio falar com a gente e aceitamos. Queremos ter outras ações em conjunto”, explicou o empresário Sérgio Casaril.
    Da direita para esquerda: Enelvo Felini (diretor-presidente da Agraer), empresário da Eucaflora, Sérgio Casaril e superintendente da Sepaf, Edwin Baur.

    Com dois viveiros no Brasil, um em Sidrolândia (MS) e outro em Chapecó (SC), a Eucaflora comercializa muda para agricultores familiares e segmentos interessados no processamento da erva-mate. “De dois a três anos a planta já começa a produzir, ou seja, a bifurcar com galhos mais finos para a extração. A preparação da erva é a partir dos galhos finos. Uma planta para produção deve atingir 1,30 m com a prática da poda. A partir daí ela pode chegar a mais 1,5 m que dará as folhas para retirada”, pontua.

    Uma árvore nativa pode chegar até 15 metros de altura, contudo a falta de poda pode prejudicar o trabalho desejado. “Deixa-la crescer livremente dificulta a poda e todo o processo. Sidrolândia, Amambai, Ponta Porã, a região de Chapecó (SC) e o estado de Paraná são locais onde temos pessoas com interesse nas mudas”, diz Casaril.
    Produtores durante distribuição de mudas

    A poda da planta e o manejo do solo são práticas que viabilizam boa safra. “Em um hectare é possível colher até dez toneladas. Tudo depende do modo de cultivo e qualidade da muda”, justifica o empresário. “As mudas só são viáveis pelas sementes ou clones. Mas ainda não se tem clones. Porém, estamos trabalhando para desenvolver essa tecnologia e, acredito que daqui cinco anos já teremos”, revela.




    Fonte: NoticiasMS
    Por: Aline Lira, da Assessoria de Comunicação da Agraer.
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