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Divulgação |
O setor produtivo de Mato Grosso do Sul, representando pela Fiems (Federação das Indústrias), Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária), Faems (Federação das Associações Empresarias), Fecomércio-MS (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) e SetLog/MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística), vai elaborar, em conjunto, a pauta que será apresentada durante o “Seminário do Corredor Bioceânico Rodoviário Brasil, Paraguai, Argentina e Chile”, programado para os dias 28, 29 e 30 de julho, em Campo Grande (MS).
Essa definição foi acertada após reunião realizada nesta sexta-feira (10/06), na Governadoria, entre o ministro de Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro (via telefone), o governador Reinaldo Azambuja, os secretários estaduais Eduardo Riedel, (Governo e Gestão Estratégica), Ednei Marcelo Miglioli (Infraestrutura) e Jaime Verruck (Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico) e os presidentes da Fiems, Sérgio Longen, da Fecomércio-MS, Edison Araújo, da Faems, Alfrendo Zamlutti Júnior, e do SetLog/MS, Claudio Cavol, bem como o diretor da Famasul, Lucas Galvão, representando o presidente Mauricio Saito.
Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, a reunião, que foi agendada pelo Governo do Estado e Ministério das Relações Exteriores para discutir a pauta do Seminário, serviu para dar um norte sobre a participação do setor produtivo no evento, pois se discutiu os projetos de integração via Rota Bioceânica que contemplam Mato Grosso do Sul. “Entendemos que se trata de um assunto de extremo interesse para o setor e uma reivindicação antiga dos empresários. Mais do que nunca esse corredor vai criar uma grande oportunidade de negócios para todos os envolvidos, além de viabilizar a integração dos quatro países envolvidos com projetos de natureza econômica e social”, afirmou.
Sérgio Longen completa que, agora, os representantes da Fiems, Faems, Famasul, Fecomércio e SetLog vão se reunir para construir um projeto em conjunto que traga as potencialidades econômicas do Estado, bem como os possíveis entraves para a integração. “A nossa pauta vai contemplar os interesses do setor produtivo e mostrar para a sociedade a condição clara de integração entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile graças à construção da ponte ligando Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta (PY)”, declarou, reforçando que o fato de o Governo do Paraguai asfaltar o trecho da rota que parte de Carmelo Peralta contribui para a viabilização do corredor bioceânico, um sonho antigo de Mato Grosso do Sul.
Na avaliação do presidente da Fecomércio-MS, Edison Araújo, a rota bioceânica contribuirá de forma decisiva para a viabilização econômica de muitas regiões de Mato Grosso do Sul. “Esse corredor vai trazer grande desenvolvimento para o setor comercial e de serviços, como também viabilizar o desenvolvimento econômico do Estado para o transporte dos seus produtos para a Ásia. Há uma possibilidade muito grande de nós aumentarmos os nossos negócios e desenvolvermos, principalmente, as áreas de comércio e de serviços nesta rota”, previu.
Governos
Já o ministro de Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, disse, por telefone, que o Seminário será uma oportunidade ímpar para que o setor produtivo do Estado possa divulgar os seus produtos para representantes do norte da Argentina, Chile e Paraguai. “Temos de vender as potencialidades de Mato Grosso do Sul, mostrar o que o Estado tem para oferecer, pois entendemos que esse corredor não vai se viabilizar apenas com os governos, mas também com a ajuda do setor privado. Cabe a Mato Grosso do Sul liderar esse processo”, aconselhou, destacando que se trata de um processo crescente, contínuo e bidirecional.
Para o governador Reinaldo Azambuja, o encontro foi muito importante porque reuniu representantes de todos os setores da economia do Estado e que estão interessados na viabilização dessa rota bioceânica. “É uma rota importante e, dentre todas as que foram divulgadas nos últimos anos, trata-se da que tem a maior viabilidade. Além disso, há um empenho muito grande dos ministérios das Relações Exteriores do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile para que esse corredor, partindo de Porto Murtinho e Carmelo Peralta, se viabilize”, cobrou.
Reinaldo Azambuja acrescenta ainda que o Governo do Estado e o setor produtivo têm de aproveitar o Seminário aqui em Campo Grande para mostrar as oportunidades que Mato Grosso do Sul pode oferecer. “Também precisamos mostrar os desafios, principalmente, na parte de logística de transporte, os gargalos que nós temos e, não tenho dúvidas, que a reunião de hoje foi preparatória para a construção de uma pauta definitiva para ser apresentada aos ministros e embaixadores dos quatro países para que possamos realmente alinhar isso como uma prioridade aqui para Mato Grosso do Sul, para o Centro-Oeste e para o Brasil. Porque eu não tenho dúvida que hoje essa é a única rota viável de saída para o Pacífico que nós temos”, afirmou.
O secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, acredita que, com a construção da ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, o corredor bioceânico vai avançar. “Com essa ponte entre os dois países, será feito um regramento internacional porque precisa de aduana, precisa de uma série de estruturas e de recursos humanos para que se avance nisso. O Paraguai já está asfaltando a rota norte deles, que atravessa todo o chaco paraguaio, e a Argentina também está pavimentando os 130 quilômetros de terra no norte do país. Com isso e mais a ponte, a gente faz a conexão de Porto Murtinho até os portos do Chile e é esse o interesse de Mato Grosso do Sul na realização desse seminário”, explicou.
Segundo o secretário estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, para se fazer uma discussão da rota bioceânica é fundamental a participação do setor privado. “Esse foi o objetivo dessa reunião, trazer o setor privado sul-mato-grossense, representado pela Fiems, Fecomércio-MS, Faems e Setlog, para dentro do seminário porque entendemos que o Governo vai estimular e colocar uma infraestrutura disponível para essa rota bioceânica, mas ela só se viabiliza por meio do transporte dos negócios privados. Então, a ideia é trazer o setor privado para que, primeiro, ele apresente quais são as oportunidades de investimentos que existem ao longo dessa rota bioceânica rodoviária, quais são as dificuldades de operar em uma futura rota em termos de infraestrutura porque o risco seria o Governo fazer todo o investimento e esses outros gargalos não serem resolvidos”, disse.
Ele acrescenta que o setor privado vai ter a oportunidade de apresentar quais são as oportunidades de investimento que nós vamos ter e quais são as dificuldades para operar. “Esse é um seminário em que teremos as maiores autoridades que podem contribuir para viabilizar a operacionalidade da rota. Então é um momento de efetivamente realizar uma perspectiva estratégica que Mato Grosso do Sul tem há muitos anos para consolidar uma rota bioceânica e essa é a rota mais clara que hoje nós enxergamos, dado que os investimentos já estão definidos”, finalizou.
Fonte: ASSECOM
Por: Daniel Pedra
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