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    25/02/2016

    ARTIGO| Até tu, minha presidenta?

    Presidenta Dilma Rousseff - Divulgação

    Autor: Édson Moraes

    Enquanto houver motivos para acreditar na presidenta, na cidadã e na mulher Dilma Roussef continuarei na trincheira para defendê-la. Se porventura for provada, em foro justo e idôneo de julgamento judicial, qualquer uma das acusações que hoje fazem contra ela e, em consequência, sentenciada a punição pertinente, é evidente que cessará a razão de permanecer defendendo-a.

    Mas hoje tenho um dia diferenciado no histórico dessa relação para mim tão sagrada. O que sempre fiz e faço com amor ao que acredito, no programa do PT e nas forças verdadeiramente valorosas e idôneas do partido, torna-se uma alegria que, sem perder sua completude, verga-se à tristeza. Uma tristeza pontual, mas profunda. Que faz cair uma lágrima de desalento em relação à crença relacionada aos indivíduos. A presidenta Dilma, a minha presidenta, aquela de quem continuo escudeiro diante da sanha alucinada dos torquemadas de plantão, não poderia jamais abraçar o PL 131.

    Temo que, pelas circunstâncias, a presidenta tenha cedido ao semelhante apelo que tornou o presidente Lula refém da “cultura” e do conceito podres da governabilidade, instituto de leiloeiros e arrematadores enquistados nos organismos dos diversos poderes da Republica. Se assim foi para abraçar-se ao PSDB, ao PMDB, ao DEM e aos demais partidos interessados em criar fendas na soberania brasileira, a presidenta cometeu um gravíssimo equívoco.

    O PL 31 não é tão somente uma flexibilização da presença da Petrobras no controle da exploração do pré-sal. É o escancaramento da Pátria ao que tem de bom e de ruim nas relações internacionais de uma economia aberta, com regras ditadas pelo “operandi” do neoliberalismo capitalista. Neo? Não, anacrônico. Porque é a abertura das reservas brasileiras aos mesmos especuladores que operavam sangrando as riquezas de outras fronteiras, dando “bananas” à soberania e à autodeterminação de outros povos e países.

    Se a Câmara dos Deputados não resgatar a participação controladora da Petrobras, que equivale à afirmação de um controle democrático e aberto, mas patriótico, a política de partilha do pré-sal terá seu regime normativo permeabilizado e o conteúdo nacional do regulamento de operação totalmente descaracterizado.

    Não, minha presidenta. Não compactuo com esse acordo, embora possa entender que existam uma intenção meritória e um contexto político delicado nas relações entre Executivo e Legislativo. Quero e vou lutar para que conclua seu mandato e avance as conquistas sociais. Mas o Brasil soberano, democrático e preservado em suas instituições de autonomia e autodeterminação política, social e econômica está acima do meu amor pela minha presidenta, pelo meu partido, pela minha família, pelos meus amigos e só abaixo do amor a Deus!

    Contra o PL 131! Sou Brasil!