TER EM MÃO / TER EM MÃOS - Forma correta: ter em mão, ou seja, no singular. Exemplos:
Tenho em mão um livro que me tira da ignorância.
Ter em mão muito dinheiro é o desejo do político socialista.
Tenha sempre em mão o suficiente para uma vida tranquila.
Tinha em mão o passaporte e no coração a alegria do retorno ao lar.
Ter em mãos é forma errada, porque, neste caso, não se usa o substantivo no plural.
Ver: EM MÃO /EM MÃOS
TERNO - Do ternus, como substantivo, o vocábulo é usado para designar toda espécie de coisa combinada de três elementos, ou seja, é o conjunto usado simultaneamente, para o mesmo fim.
No passado, terno era o termo utilizado no padrão culto para, tecnicamente, referência ao vestuário masculino, composto de calça, colete e paletó.
Pela diminuição do hábito de uso do colete, a palavra terno passou a ser aplicada para assinalar o conjunto de duas peças: calça e paletó. Contudo, em algumas regiões do Brasil, terno também pode significar conjunto feminino ou qualquer traje composto por duas peças.
TERRENO DA MARINHA / TERRENO DE MARINHA - Terreno de marinha - diz-se da área do litoral, ou seja, da beira-mar; da área litorânea.
Terreno da marinha - diz-se da área pertencente à Marinha do Brasil, ou seja, do terreno cuja propriedade é da Força Naval.
TESTEMUNHA – Antigamente, somente o homem poderia testemunhar. Na Mesopotâmia, assírios e babilônicos (também chamados de caldaicos), bem como em outros países do oriente, em juízo, a testemunha colocava a mão sobre os testículos jurando dizer a verdade, nada mais que a verdade. O ritual vinculava-se à honradez masculina, tornando solene a declaração.
Por Lei, pelo menos duas testemunhas deveriam ser ouvidas e serem concordantes, isto é, contestes (que afirmassem o mesmo princípio; que não fossem contradizentes; discrepantes; destoantes; divergentes; desarmônicas; contraditórias).
Na sociedade moderna, com o costume modificado, as mulheres passaram a ter capacidade para testemunhar. Hoje, para tornar solene a sua declaração, a testemunha deve por a mão sobre um livro sagrado.
Esta primeira versão fundamenta-se na consideração de que, em latim, a palavra testis, tem duplo significado: tanto pode significar testemunha, como tem a acepção de gônada masculina. A associação semântica da glândula sexual masculina com o ato de testemunhar tem sido admitida por todos os pesquisadores e filólogos.
Do latim testis, is, cujo plural é testes, ium, provém a forma diminutiva testiculus, i, (testículo). Portanto, testículos são “pequenas testemunhas”.
Há várias interpretações para o vínculo do vocábulo testemunha e testículos:
a) no Dicionário Morfológico da Língua Portuguesa: testis seriam “os que testemunhavam a cópula dos recém-casados para atestar o casamento consumado”;
b) os testículos (pequenas testemunhas) são assim chamados porque "não tomam parte ativa no ato da cópula: apenas a testemunham" - Antenor Nascentes
c) a gônada masculina é ”testemunha da virilidade”. – Corominas
d) os testis “testemunhavam a cópula, atestando a veracidade da condição viril do homem e da condição virgínea da mulher que lhe fora dada em casamento”;
e) entre os romanos nenhum homem sem testículos poderia ser aceito como testemunha, ou seja, eunuco não tinha capacidade para testemunhar, pois equiparava-se à mulher;
f) por não ter testículos, a mulher jamais poderia testemunhar;
g) as gônadas masculinas (glândulas que produzem gametas) eram nomeadas pelo termo testis.
Conforme se pode observar no Velho Testamento, entre o povo Caldeu havia o costume de jurar colocando a mão embaixo da coxa do interlocutor. Lê-se em Gên. 24. 2-3: "...Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa. Para que eu te faça jurar pelo Senhor Deus dos céus e da terra...”
As gônadas masculinas eram as testemunhas do juramento proferido.
Em grego clássico, que antecedeu ao latim, também não havia a mesma homonímia. Testemunha denominava-se mártyr. Os testículos eram chamados de órkhis.
De órkhis derivam os termos médicos de uso corrente como: orquiectomia (extração cirúrgica dos testículos), orquiocele (tumor no testículo, hérnia escrotal), orquiotomia (incisão do testículo), orquiotômico (relativo à orquiotomia), orquiótomo (instrumento com que se pratica a orquiotomia), orquite (inflamação nos testículos), orquítico (ralativo à orquite) etc.
Embora haja quem mencione os valores morais como obstáculos para que certos hábitos fossem mantidos, há que se observar que, desde o domínio sumeriano, na Mesopotâmia, 4.500 anos a.C., até a nossa época, em alguns países ainda se mantém resquícios de tradições primitivas.
A conhecida expressão panem et circenses (pão e circo) que, satiricamente, Juvenal usava para resumir as aspirações do povo romano, em 59 a.C., ainda serve para vincular-se aos ideais daqueles que menosprezam os livros preferindo os vícios e as decisões imperativas emanadas das correntes e dos “poderes” dominantes.
Em Roma, durante o reinado de Trajano, 32.000 prostitutas agiam na cidade. A corrupção e o homossexualismo eram vistos com naturalidade. Em 90% da população havia o acentuado gosto pela crueldade, sendo normal matar por motivo torpe e deixar à morte quem estivesse em dificuldade. A decadência moral e o adultério eram tão normais que o povo não se abalava, da mesma forma que muitos se acomodam ou até agem como “zumbis” ante as atuais notícias a respeito dos “mensalões” com o dinheiro público e dos conchaves para as trocas de cadeira nos setores púbicos e nas das atividades criminosas daqueles que são eleitos para representar a coletividade.
No Coliseu, 65.000 espectadores, entre ignorantes, canalhas, ricos aristocratas e até o próprio chefe do governo, com gritos selvagens e pragas, congratulavam-se ao ver a arena ficar embebida do sangue dos prisioneiros, escravos, gladiadores sentenciados, delinquentes ou dos infelizes “voluntários”. Nos intervalos, a areia ensanguentada era removida, enquanto os mortos eram removidos para os depósitos de cadáveres, onde aquele que apresentasse algum sinal de vida recebia o golpe de misericórdia. O imperador Cômodus, filho indigno de Marco Aurélio, muitas vezes entrou na arena e, utilizando estratagemas espúrios, matou seus adversários, requestando os aplausos das multidões bajuladoras e sedentas de sangue. No teatro, predominavam as frases grosseiras e obscenas. A linguagem rude e frequentemente imoral daquela época ainda pode ser observada em alguns teatros da atualidade.
Entre os intelectuais, há concordância na afirmação de que o legado mais importante dos romanos às demais culturas foi o seu sistema de direito.
Nas ciências, poucas civilizações deixaram significativas contribuições.
Há, todavia, etimologistas que afirmam que a palavra testemunha teve origem no atestar, ou seja, no presenciar, no ter à testa; ter à frente.
Contudo, convém lembrar que, por analogia, até o ano de 1480, considerava-se que as gônadas da mulher também eram testículos. Nesta época, o pesquisador holandês Reinier De Graaf verificou que as gônadas femininas continham ovos, à semelhança do ovário das aves. Assim, surgiu a denominação ovário.
TERRAPLANAGEM / TERRAPLENAGEM – Terraplanagem implica o ato de terraplanar; de tornar plano um terreno. No trabalho de terraplanagem ferramentas e máquinas movimentam a terra para deixar estradas ou áreas planas.
Terraplenagem é o ato ou efeito de completar, suprir ou encher de terra a cavidade ou vão existente em uma área ou terreno, havendo para essa finalidade o transporte de terra de um local para aquele onde houver a necessidade da plenagem ou plenitude. Nesse caso, caçambas, caminhões e outros veículos podem descarregar terra em depressões, locais de erosão ou em determinados buracos até deixa-los plenos (cheios) e, sendo necessário, máquina de terraplanagem poderá deixar o local plano.
Para o ato de terraplanagem, basta haver a ferramenta, a máquina ou a maquinaria apropriada.
Para o ato de terraplenagem há a necessidade da quantidade de terra que seja suficiente e a ferramenta, máquina ou a maquinaria que possam transportar essa terra até deixar a cavidade ou o buraco plenamente aterrado.