CAMPO GRANDE (MS),

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    02/08/2015

    Ponta Porã Linha do Tempo: Os caminhos do Marechal Cândido Rondon e sua contribuição para o desenvolvimento do Oeste do Brasil.

    Projeto Rondon, O jovem sertanista - Fonte: Divulgação

    Com o início da Republica no Brasil, o novo governo tinha uma preocupação que antes não era vista como prioridade do império, mapear de forma mais contundente a região localizada ao oeste do país e as faixas de fronteiras, pois eram isolados dos grandes centros os polos políticos e administrativos do país, além deste levantamento existia a necessidade de melhorar a comunicação entre estas extremidades. 

    O presidente Afonso Pena convoca o Major Cândido Rondon o mesmo terá a missão que nestes tempos era considerada quase impossível, ligar as regiões mais distantes do território nacional. Antes de propor ao major Rondon, o presidente o questiona – Acha possível realizar isso? Rondon responde ao presidente. Para ser possível basta querer. 

    Antes de iniciar a narrativa sobre esta missão, que se tornou uma marca para nação e um dos maiores feitos de Rondon, faremos um breve resumo cronológico das principais feitos do inicio de sua brilhante carreira, desta figura que marcou seu tempo. 

    Foto publicada no livro: A vida dos grandes brasileiros.
     O jovem Cândido Mariano da Silva Rondon

    Nasceu em maio de 1865. Em 1881 torna-se professor primário licenciado, 1883 matricula-se na Escola Militar, 1886 é encaminhado a Escola Superior de Guerra, 1889 e nomeado como ajudante da comissão de construção das Linhas Teleféricas de Cuiabá a Registro do Araguaia, 1890 Bacharelado em matemática, ciências físicas e naturais, promovido a 1º tenente, no mesmo ano nomeado tenente-substituto da cadeia de astronomia e mecânica, a convite de Benjamin Constant, 1991 assume o cargo de professor substituto na escola Militar, 1992 solicita exoneração do cargo de professor para assumir o cargo de chefe do distrito telegráfico de Mato Grosso, neste mesmo ano e promovido a capitão do corpo de Engenheiros Militares, 1893 participa da construção da estrada estratégica Cuiabá-Araguaia, 1898 assume o cargo de auxiliar técnico da Intendência da Guerra, 1900 chefe da comissão de construção das Linhas Telegráficas de mato Grosso, 1902 recebe a medalha de ouro por bons serviços prestados nos 20 anos de carreira militar, 1903 promovido a Major do corpo de Engenheiros militares, 1904 a 1906 constrói as linhas telegráficas de Cuiabá para o Interior de Mato Grosso até Bela Vista. Esta é uma pequena parte dos inúmeros feitos realizados por Rondon. 

    Foto publicada no livro: A vida dos grandes brasileiros.
     Acampamento em Bela Vista, as margens do Rio Apa.

    A missão de ampliar as linhas telegráficas para o oeste do país foi dada ao militar Cândido Rondon que sem medir esforços iniciou a construção de novos caminhos, desta forma desbravando e mapeando as terras dentro do território nacional construindo os novos ramais e inovando na relação com os índios.

    Este desafio teve seu início, desde então ajudou a construir as linhas telegráficas de Mato Grosso a Goiás, entre Cuiabá e a região do Araguaia e uma estrada ligando Cuiabá a Goiás, no inicio do século XX a nova fase de construção foi entre Cuiabá e Corumbá alcançando assim as fronteiras do Paraguai e da Bolívia. 

    No ano de 1906 sua expedição encontrou as ruínas do Real Forte Príncipe da Beira que se tornaria uma das maiores relíquias do Brasil e de Rondônia. Em 1907, no posto de major do Corpo de Engenheiros Militares, foi nomeado chefe da comissão que deveria construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antônio da Madeira, a primeira a alcançar a região amazônica, e que foi denominada Comissão Rondon

    Foto publicada no livro: A vida dos grandes brasileiros. Inauguração da estação telegráfica de Aquidauana. “A Linha surgiu na direção de Aquidauana, sempre com grandes dificuldades de implantação, mas a º de agosto inaugurava-se a estação dessa vila. Daí para Corumbá, o terreno era mais difícil ainda. Havia locais de terreno arenoso, onde era preciso que se fizesse ponta nos postes. Estes se cravavam com o próprio peso, até encontrar argila”. 

    Fonte: imagem e divulgação Projeto Rondon

    Os trabalhos da Comissão desenvolveram-se no início do século XX, nesta mesma época era construída a ferrovia Madeira-Mamoré, que junto com o desbravamento e integração telegráfica de Rondon ajudaram a ocupar a região do atual estado de Rondônia.

    A vida e a dedicação do Marechal Cândido Rondon foi um dos principais fatores para desenvolvimento da atual região Centro Oeste, as linhas telegráficas facilitaram a comunicação do desconhecido Oeste brasileiro com o restante do país.

    Desde o início do século XX, com ajuda dos índios realizou a fixação dos postes e fiação desde Itaquirai, Piquiri e Corrientes, realizou a exploração do rio Taquari, na sequencia as linhas chegavam a Coxim deste ponto partia para alcançar as escarpas da serra de Maracaju rumando ao sul seguindo pelo rio Verde e Negrinho alcançando o rio Negro a fazenda Taboco, deste ponto chegando a Aquidauana, não demorou muito para atingir Corumbá e fazendas próximas, estendendo-se o ramal para Bela Vista e outro em direção a Porto Murtinho.

    Fonte via morena extraída do livro "Rondon conta sua vida." de: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 195. No amo de 1905 Rondon e sua comitiva passa pela região onde hoje é Ponta Porã. “Em sua viagem de inspeção ao Sul do Estado, após a extensão da linha telegráfica até Bela Vista, Rondon chega a Ponta Porã, povoado com rancharia de zinco e capim, numa planície imensa, sem rio que o abastecesse, apenas uma lagoa para servidão pública, havia, entretanto, nos arredores, cabeceiras que poderiam fornecer boa água aqueles 1000 habitantes, o comércio fazia-se com Concepción, através da célebre picada de Chiriguello, por onde passou Lopez na retirada para Cerro Corá, era a parte de Ponta Porã pertencente ao Paraguai, muito maior que a parte brasileira e chama-se hoje Pedro Juan Caballero, nome do patriarca da independência daquele país”. http://datasefatoshistoricos.blogspot.com.br/2011/03/26-de-julho.html


    Rondon tem em sua descendência, bandeirantes paulistas e de espanhóis, também existe a origem de índios Bororo e Terena em sua árvore genealógica, nasceu em Mimoso no Mato Grosso, seu nome de batismo Cândido Mariano da Silva, com a permissão do Ministério da Guerra acrescentou o sobre nome de sua avó Rosa Rondon.

    Fonte https://www.facebook.com/PontaPoraLinhaDoTempo/photo: Foto da visita do General Cândido Rondon ao 11º RC 1925.


    "Morrer se preciso for matar nunca!" Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.

    Sua contribuição para o desenvolvimento da região destacando o estado de Mato Grosso e futuro estado de (Mato Grosso do Sul) foi crucial, graças sua coragem, pois se algo desta magnitude fosse tardia o próprio desenvolvimento também seria. 

    Seus feitos foram reconhecidos nacional e internacionalmente, recebeu títulos em vários países, destaca se a homenagem da Sociedade Geográfica de Nova York, neste local existe um livro exposto ao publico, nele contêm cinco nomes escritos em letras de ouro maciço exaltando os feitos de tais figuras para o desenvolvimento da humanidade em seu tempo, um destes nomes é de Marechal Cândido Rondon “o explorador que mais se avantajou em terras tropicais” uma honraria que atravessará o tempo.

    O Brasil rendeu lhe homenagem em 1956, alterando o nome do antigo Território Federal do Guaporé para Rondônia. O marechal Cândido Mariano da Silva Rondon faleceu aos 92 anos em 19 de janeiro de 1958 deixou uma lição de vida de um grande desbravador humanitarista para novas e futuras gerações.



    “A América pode apresentar ao mundo duas realizações ciclópicas. Ao norte, o canal do Panamá, ao sul o trabalho de Rondon, Científico, Prático, Humanitário“ Teodoro Roosevel (ex-presidente dos E.U.A.)