CAMPO GRANDE (MS),

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    20/08/2015

    Ex-funcionária de Amorim que cuidava contratos na Prefeitura é exonerada

    Ligada a empreiteiro, gestora de contratos da Seintrha foi exonerada

    Policiais federais deixam a casa de João Amorim, no dia 9 de julho, quando a Operação Lama Asfáltica foi tornada pública (Foto: Cleber Gellio)
    Uma ex-funcionária da Proteco que ganhou cargo público na Prefeitura de Campo Grande justamente como gestora dos contratos com empreiteiras acaba de perder a vaga. A engenheira Renilda Ota Miyasato foi exonerada do posto na quarta-feira (19), menos de uma semana depois de a Prefeitura oficializar a suspensão de contratos com a empreiteira de João Amorim, suspeita de integrar suposto esquema de corrupção envolvendo fraudes milionárias em licitações.

    Desde dezembro de 2014, Renilda ocupava o cargo de diretora da Diretoria de Gestão de Contratos na Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação). Conforme denúncia feita já na época pelo Jornal Midiamax, Renilda seria pessoa de confiança de João Amorim, dono da Proteco, empresa que figura no epicentro da Operação Lama Asfáltica.

    Quando o Jornal Midiamax revelou as suspeitas sobre a nomeação da diretora, procurou João Amorim para falar sobre o assunto. Ele, no entanto, não quis falar com a reportagem do jornal e, em seguida, telefonou para a esposa reclamando da abordagem telefônica.

    As duas ligações foram interceptadas por agentes da Polícia Federal. Os federais também flagraram conversas entre Renilda e Elza Cristina dos Santos, braço-direito de João Amorim na Proteco, na qual falam sobre “margem de 10% em um contrato” e alguns códigos, sugerindo informações referentes a pagamento de propinas.

    Na Seintrha, todos os contratos de obra passavam pelas mãos de Renilda, como indica o nome do cargo. A Proteco, ao qual estaria ligada, teve contrários milionários suspensos pela Prefeitura, pelo menos oficialmente, depois que a Lama Asfáltica se tornou pública.

    No decreto “PE” n. 2.531, publicado em edição extra do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) de quarta-feira (19), não há detalhes sobre os motivos da exoneração de Renilda, bem como nenhuma nomeação de substituto para o cargo. Conforme dados referentes à folha salarial de julho, divulgados pela Prefeitura, no mês passado ela recebeu salário de R$ 5,8 mil da Prefeitura.


    Fonte: Midiamax
    Por: Waldemar Gonçalves
    Link original: http://www.midiamax.com.br/transparencia/amorim-perde-cargo-estrategico-prefeitura-sofre-segunda-baixa-semana-270952