As coisas não estão nada fáceis no PMDB. Depois da crise no partido para definir quem seria o candidato ao Governo do Estado, com brigas entre Nelsinho Trad (PMDB) e o grupo que preferia Simone Tebet (PMDB) ou até mesmo a candidatura de Delcídio do Amaral (PT), o partido agora enfrenta insatisfação de cotados para disputar a Prefeitura de Campo Grande.
O deputado estadual eleito com mais votos, Marquinhos Trad (PMDB), foi o primeiro a anunciar que deixará o partido. Ele alegou que sairá para se candidatar a prefeito, o que não conseguirá se permanecer no PMDB.
A reclamação de Marquinhos não é isolada. O vereador Paulo Siufi (PMDB), mais bem votado no partido em 2012, também não está satisfeito. Na eleição passada ele foi cotado para disputar a prefeitura, mas foi preterido por lideranças, que preferiram Edson Giroto. Neste ano ele ainda não decidiu se concorrerá a prefeito, mas já sabe de uma coisa: não conseguirá emplacar candidatura se permanecer no partido.
“Ainda é cedo para pensar neste nível de escolha, mas o PMDB comigo nunca foi. Não sinto que tenho espaço dentro do PMDB. Na outra estava muito bem e fui preterido. Pagamos um preço, mas faz parte do jogo. Temos que buscar o espaço da gente e dentro do PMDB não consigo”, reclamou.
O vereador conta que teve outra experiência negativa nesta eleição, quando tentou uma vaga na Assembleia. “Não tive apoio e investimento de campanha como deveria ter sido, o que era combinado. Eles sabem quem querem. Os maiores conseguem fazer coisas”, protestou.
Apesar da dificuldade, o vereador diz que ficou satisfeito com os 11.500 votos que teve em Campo Grande e vai pensar mais para frente sobre que rumo seguir. Ele tem como certo a candidatura à reeleição, o que lhe faria permanecer no partido. Porém, se resolver disputar um cargo de Executivo, acredita que terá dificuldade.
“Vou avaliar se o PMDB é realmente o lugar onde tenho que ficar. Tenho inúmeros fatores que provaram que dentro do PMDB não tenho espaço. Ganho com minhas forças toda vez e não com meu partido. Mas, sou fiel ao meu partido toda vez”, revelou.
Sobre a situação do partido, Siufi entende que são poucas as opções para a disputa da prefeitura. Ele avalia Carlos Marun (PMDB) como um bom nome, mas acredita que Marquinhos tem muito mais chance.
“Hoje o partido não tem opção. Da nossa legenda, tem pouca opção. Tem que ter representatividade nos bairros. Isso de faz e acontece só existe na proporcional. Majoritária não é assim, tem que ter respaldo popular. Marun é um dos nomes. Mas, enxergo Marquinhos com mais condições”, avaliou.
O vereador avalia como natural a candidatura de Marquinhos, mas pondera que ele deve tomar muito cuidado para não perder o mandato, embora entenda que ele, realmente, não terá espaço dentro do partido.
“O Marquinhos se elegeu como deputado estadual mais votado. Naturalmente, sai candidato. Se perde para prefeito, continua deputado. É um menino que trabalha muito, vai para bairros, e tem aceitação boa na população. Mas, dentro do PMDB não vai ter espaço, como eu não tive. Só tem que pensar bem na hora de sair, para não perder o mandato”, avaliou.
Fonte: Midiamax/JE
Por: Wendell Reis
Por: Wendell Reis