Vendedor Yan Jamil pede indenização de R$ 80 mil operadora de telefonia.Jovem é de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio.
![]() |
Contrato de operadora telefônica possui termo no contato do jovem
(Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)
|
Descendente de sírios, o vendedor Yan Jamil Aby Hacan, de 19 anos, briga na Justiça por reparação por danos morais após ver que, em vez de seu nome, no contrato de serviços de uma empresa de telefonia constava a expressão “Bode do Mulsumano” (escrito assim, com erro de português). Yan entrou em junho com um processo contra a operadora Vivo, na 2ª Vara Cível de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio.
Em audiência preliminar realizada no início de setembro, não houve conciliação entra as partes. O processo agora vai retornar à mesa do juiz, que vai verificar a necessidade de produção de provas.
“Foi uma agressão gratuita. Não houve desentendimento, briga ou coisa parecida. Entrei com um pedido de indenização de R$ 80 mil, mas quem vai arbitrar o valor é o juiz. A empresa só fez uma defesa oral e não apresentou proposta alguma. Por isso, o processo continua”, explicou a advogada Eliane Coelho Souza.
Yan, que trabalha num quiosque em frente à loja de telefonia, diz que a vendedora que fez a anotação no contrato continua trabalhando. Ele não entende o motivo da ofensa.
“Fui contratar um plano para o meu celular e a vendedora se enganou e fez o contrato de um plano para computador. Quando fui assinar, vi que estava errado e ela teve de fazer um novo contrato. Ela deu um risinho quando falei meu nome, mas isso sempre acontece, porque meu nome é diferente mesmo. Nem sei se ela escreveu isso porque ficou com raiva de ter de refazer o contrato. Não sei se isso foi o motivo. Não houve discussão”, contou o jovem.
O vendedor contou que notou a ofensa escrita no contrato – anotada no lugar onde deveria ter um telefone fixo de contato – ainda na loja. Mas que preferiu não fazer comentário algum e nem fez registro em delegacia, pois ainda não sabe se vai entrar com um processo criminal contra a empresa de telefonia.
A Vivo lamentou o ocorrido e afirma que o caso ainda está sendo tratado no âmbito judicial, sem decisão final até o momento. A empresa acrescentou que "repudia todo e qualquer ato de discriminação quanto a raça, religião, orientação sexual e naturalidade, priorizando sempre o melhor atendimento a todos os seus clientes" e "reforça que cumpre estritamente as normas legais do direito do consumidor e demais regulamentos da Anatel quanto à prestação regular de seus serviços de telefonia".
Do G1 Rio/JE
Por: Alba Valéria Mendonça
Por: Alba Valéria Mendonça