CAMPO GRANDE (MS),

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    05/08/2014

    A culpa é da gordura?

    Novos estudos mostram que a gordura pode não ser a grande vilã da nossa alimentação. Para testar essa tese, perguntamos para quatro pessoas com abdomens invejáveis como a gordura se encaixa na alimentação delas




    Amanda Ubaiz 23 anos, estudante de nutrição. Altura: 1,69. Peso: 58 quilos
     (Foto: Camila Fontana/ÉPOCA)

    A área de nutrição é sempre cheia de polêmicas. Alimentos como o ovo e o trigo já foram condenados e absolvidos várias vezes. A gordura, no entanto, sempre foi uma exceção. Tida como vilã por unanimidade, seus efeitos maléficos para a saúde nunca foram contestados. Isso mudou com o lançamento do livro The big fat surprise (A grande e gorda surpresa), da jornalista americana Nina Teicholz, em abril. Com base em pesquisas, Nina esmiúça a história da gordura, e defende a tese de que esse alimento foi injustamente transformado no carrasco da nossa alimentação. Para Nina, é possível comer bacon, manteiga e torresmo e, ainda assim, ser magro e saudável.

    Para testar a tese de Nina, ÉPOCA perguntou para quatro pessoas com barrigas definidas como é a alimentação delas para manter o corpo bonito e a saúde em dia. Será que a gordura faz parte do cardápio? As nutricionistas Daniela Pironti Cierro e Karina Pimentel, da Associação Brasileira de Nutrição, e Lis Vieira, do Instituto do Coração, comentaram o que está certo e errado na alimentação dessas pessoas – principalmente em relação à ingestão de gorduras.

    Amanda Ubaiz 23 anos, estudante de nutrição. Altura: 1,69. Peso: 58 quilos
     (Foto: Camila Fontana/ÉPOCA)

    A alimentação de Amanda:

    Café da manhã: 2 bananas com um punhado de aveia, um fio de mel e um punhado de flocos de milho integral
    Lanche da manhã: 100 gramas de arroz integral com 50 gramas de carne moída
    Almoço: o equivalente a um punho fechado de arroz integral, 200 gramas de frango grelhado, brocólis ou aspargos
    Lanche da tarde: meio mamão com semente de chia e aveia e um copo de shake de proteína
    Jantar: 200 gramas de frango e salada
    Ceia: 1 copo de shake de proteína

    Exercícios: malha de segunda a sábado. Faz musculação todos os dias e exercícios aeróbicos 3 vezes por semana (1 hora de corrida ou bicicleta)

    Avaliação nutricional: "Segue uma dieta com baixo teor de gordura, porém hiperprotéica, com uma quantidade de proteína muito maior do que o necessário, mesmo sendo uma pessoa ativa e que faz musculação regularmente. O shake é dispensável. Poderia incluir fontes de leite ou derivados magros e de leguminosas na sua dieta."

    Joyce Rodrigues Sanches32, personal trainer. Altura: 1,56. Peso: 50 quilos
     (Foto: Filipe Redondo/ÉPOCA)

    A alimentação de Joyce:

    Café da manhã: 1 Tapioca e 1 ovo mexido.
    Lanche da manhã: 200 gramas de açaí com banana
    Almoço: Duas colheres de sopa de mandioquinha ou abóbora cozida, vegetais e legumes, 1 concha de feijão ou de lentilha, e uma porção de carne branca
    Lanche da tarde: iogurte rico em proteína e uma fruta
    Lanche da tarde 2: 1 fatia de torta de aveia com frango
    Jantar: salada e dois bifes de frango
    Ceia: 1 prato fundo de sopa de tomate

    Exercícios: treina crossfit todos os dias. São, em média, três horas de treino diários

    Avaliação nutricional: “A distribuição dos nutrientes não está adequada. Faltam fontes de energia na dieta, como gordura ou carboidrato, e há excesso de proteínas. O corpo dela provavelmente usa a proteína como fonte de energia, o que não é saudável. O ideal seria aumentar a quantidade de gordura ou de carboidrato, e diminuir a de proteína.”


    Lilian Gazzi32, tatuadora. Altura: 1,62. Peso: 61
     (Foto: Camila Fontana/ÉPOCA)

    A alimentação de Lilian:

    Café da manhã: 1 fruta com três colheres de aveia e um copo de shake de proteína.
    Lanche da manhã: 1 fatia de pão integral com 1 fatia de peito de peru
    Almoço: 5 colheres de sopa de arroz integral e 1 porção de frango ou peixe
    Café da tarde: 1 fatia de pão integral com peito de peru
    Jantar: 1 batata cozida, 1 porção de carne branca ou omelete de seis claras e uma gema
    Ceia: 1 copo de shake de proteína com uma colher de chá de glutamina em pó

    Exercícios: faz 40 minutos de musculação todos os dias. Não faz exercícios aeróbicos, só levantamento de peso

    Avaliação nutricional: "Ela tem um consumo energético baixo, e come muita proteína. Isso afeta o ganho de massa muscular, já que o corpo utiliza a proteína como fonte de energia, e não para a formação da massa muscular. A distribuição dos nutrientes também não é boa. Faltam frutas, verduras e leguminosas. O consumo de gordura é muito baixo, em torno de 4% das calorias totais consumidas, sendo que o recomendado é 10%. Nesse caso, é preciso aumentar a ingestão de fontes de energia, como gordura e carboidrato, e também o consumo de frutas, vegetais e leguminosas."


    Marcos Degregorio 32 anos, ator, Altura: 1,86. Peso: 85 quilos
     (Foto: Filipe Redondo/ÉPOCA)

    A alimentação de Degregorio:

    Café da manhã: 1 tapioca com requeijão de soja, 1 fatia de tofu grelhado, 1 copo de vitamina de leite de aveia com abacate
    Lanche da manhã: Uma fruta. Banana ou maçã
    Almoço: 1 concha de feijão ou lentilha, 1 hambúrguer de grão de bico, alface e tomate
    Lanche da tarde: Um punhado de frutas secas ou de amendoim natural (sem casca e sem sal)
    Jantar: Macarrão integral com brócolis

    Exercícios: faz musculação de segunda a sexta-feira. Sempre mescla com exercícios aeróbicos. Também faz ioga duas vezes por semana

    Avaliação nutricional: "Segue uma dieta com boas fontes de gordura. É adequado em fontes vegetais de proteína. Poderia incluir fontes de carboidrato como arroz, macarrão ou batata no almoço."







    Fonte: Época/JE
    Por: Natália Spinacé