CAMPO GRANDE (MS),

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    07/07/2014

    PONTA PORÃ - LINHA DO TEMPO: A noiva do buracão da Avenida Brasil

    Há vida depois da morte? Uma dúvida que permanece pairando no ar há séculos, pois cada religião cuida de tal assunto, “a morte” de maneira particular, assunto que deve ser respeitado e levado a sério, nunca duvide do que você desconhece.


    Ponta Porã, Avenida Brasil esquina Rua Baltazar Saldanha. 1976
    Arquivo pessoal de Nélio Alves de Oliveira 

    Ponta Porã uma cidade fronteiriça divisa com o Paraguai em especial por estar ao lado da cidade e Capital do Departamento de Amambai, Pedro Juan Caballero, desde o fim da “Guerra do Paraguai” essa região em outras épocas, foi marcada por eventos que contribuíram para o seu desenvolvimento, muitos foram os que se aventuraram por este lado do Brasil, tentando vencer, em um lugar distante de poucos recursos onde a exploração da erva mate era o principal meio de sobrevivência, luta árdua e impiedosa que fez muitas vitimas, que ao longo dos anos foram acometidas por doenças e mortes por conflitos de terras e ataques de quatreiros (bandidos saqueadores).

    A “Princesinha dos Ervais” apelido carinhoso dado à cidade de Ponta Porã, tinha uma riqueza de nascentes e cabeceiras, tal particularidade proporcionava aos tropeiros e suas comitivas de bois, como de viajantes realizarem suas paradas para descanso abastecimento de água, a eles e seus cavalos (pingos cavalos utilizados para a lida o campo e no dia a dia).

    Outra particularidade de Ponta Porã era em outras épocas, certa quantidade de grandes Buracos espalhado pela cidade, enormes erosões em forma de crateras, que impedia o crescimento ordenado da cidade, o mais conhecido era o Buracão que existia até meados da década de 70 na Avenida Brasil.

    O Buracão nesses tempos dificultava o transito de pedestres, cavalos, carroças e carros, o mesmo chegou impedir na década de 50 a construção da Ferrovia, tendo que a mesma em forma de permuta ser trocada de área para poder ser construída, sendo sua estrutura erguida na explanada da atual Noroeste (ferroviária, local atual), e o campo de aviação que lá existia transferido para o atual Aeroporto Internacional de Ponta Porã, local que seria primeiramente a área que abrigaria Estação Ferroviária.

    Antes de ser aterrado “O Buracão” produziu muitos fatos que de certa maneira mexeram com o cotidiano da população fronteiriça, alguns mortos eram hora ou outra, encontrado no fundo do Buracão que servia de desova de cadáveres, proveniente de crimes acontecidos na região de fronteira, muitos sem solução, mas isso em outras épocas de uma cidade pequena de poucos habitantes, sendo que a maioria da população morava no campo (estâncias, fazendas).

    Quem morava na região urbana da cidade corriqueiramente passava por perto do Buracão da Avenida Brasil contornando ou se aventurando em atravessa-lo, algo que era uma façanha, pois no fundo do mesmo existia uma vertente de água que muitos diziam vir da Laguna Porã.

    Vista aérea da Laguna Porã, década de 50.
    Mas muitos moradores contavam sobre aparições assombrações perto do Buracão um causo sobre tais aparições me chamou atenção, sobre uma noiva que aparecia decapitada para alguns, outras vezes a noiva aparecia com a cabeça, tal assombração costumava assustar as pessoas aparecendo em cima do seu cavalo, em cima da carroça, de suas bicicletas e acompanhando os pedestres nestes tempos, na maioria das vezes sem cabeça.

    Muitos preferiam não passar por tal local evitando ser assombrado pelo espirito da noiva que vaga sem descanso pela região, por décadas assombrando os moradores fronteiriços, mas de quem é seria o espirito dessa noiva? 

    Construção do Pavilhão de comando do 11º RC 1941.
    divulgação

    Em 1919 é criado em Ponta Porã o 11º RC (Regimento de Cavalaria) e instalado no ano seguinte, sendo seu primeiro Comandante o Capitão Hipólito Paes Campos.

    Alguns contam que no fim do século XIX quando Ponta Porã ainda era uma vila, foi encontrado dentro do buracão o corpo de uma mulher vestida de branco e sem cabeça, tal fato se perdeu no tempo poucos moradores descendentes de antigos da cidade conhecem tal história. 

    Ficando a lenda da “Noiva do Buracão” por muitos anos conhecida na região de fronteira, muitos dizem que seria a mesma que aparece em outras partes da cidade, pois nas proximidades do antigo hospital Santa Isabel hoje e o CRE Centro Regional de Especialidade, já viram tal noiva que aparece na noite, desaparecendo em direção à área do 11º RC como se quisesse que alguém a acompanhasse.

    Vista aérea de Ponta Porã área central década de 60
    Arquivo pessoal de Nélio Alves de Oliveira

    Outros moradores da região da grande Vila Áurea e bairros adjacentes, dizem que tal noiva Aparece também na esplanada da Noroeste na antiga estação, assombrando quem passava por tal área em outros tempos.

    O fato é que por longos anos tal assombração amedrontou muitos pela região fronteiriça, sendo que até hoje alguns moradores afirmam ter visto a noiva de branco vagando pela região do antigo hospital, na esplanada e na própria Avenida Brasil, tal alma vaga sem descanso clamando por oração, salvação, justiça, isso somente ela poderia responder, quem se atreve a perguntar?

    Duvida!? Tem coragem? Saia à noite nos locais mencionados neste causo e aguarda a aparição da “Noiva do Buracão”. Causos e lenda contos históricos e folclóricos resgatam a vida cotidiana e o regionalismo, mantendo a chama do imaginário sempre vivo, nas novas gerações.


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