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    19/06/2014

    Gravação da PF mostra funcionária da Saúde cobrando propina em MS

    Suspeita é presa após pedir R$ 150 mil para liberar emendas e acelerador.Ministério da Saúde afirma que consultora foi desligada de suas funções.


    Reprodução/Vídeo

    Uma gravação feita pela Polícia Federal (PF), com autorização da Justiça, mostra uma consultora técnica do Ministério da Saúde negociando propina com o diretor-presidente do Hospital de Câncer (HC) de Campo Grande, Carlos Coimbra, que denunciou o caso. A suspeita foi presa em flagrante após receber cheques referentes ao pagamento de R$ 100 mil.
    Consultora foi presa após receber cheques
    referentes ao pagamento de R$ 100 mil
    (Foto: Reprodução/TV Morena)
    Em nota enviada, o Ministério da Saúde informou que “a colaboradora terceirizada foi imediatamente desligada de suas funções e que comissão interna de investigação apurará o caso para apoiar a Polícia Federal”.

    Na gravação, a consultora técnica negocia o pagamento de R$ 100 mil. O valor seria a segunda parte de uma propina que garantiria a liberação de R$ 1 milhão em emendas parlamentares e a compra de um acelerador linear para radioterapia, que custa R$ 3,6 milhões. A suspeita conversa com o diretor-presidente do HC.

    Carlos Coimbra: aqueles cinquenta que eles tinham pedido, que eles tinham... que foi depositado direitinho. Faltou cem... está faltando cem.

    Consultora técnica: aham. (é um som que ela faz concordando)

    Coimbra: e esses cem que eu queria ver se você me ajudava com alguma coisa, se eu podia diminuir isso, se não tem como diminuir...

    Consultora: não consigo! Estou esmagada. Eu vim aqui por causa disso.

    O caso começou a ser investigado em maio, quando o diretor do hospital foi a Brasília para saber quando seriam liberados o equipamento e a verba federal. “Foi quando ela solicitou pedido de propina no valor de 50 mil reais para emenda de um milhão de reais, para aquisição de equipamentos, e 100 mil reais para a liberação do equipamento acelerador 
    linear”, relatou Coimbra.

    Reprodução/Vídeo

    Com autorização da Justiça Federal, o diretor pagou a primeira parte da propina. Esta semana, em uma sala do Hospital de Câncer, a consultora do ministério aceitou receber o restante parcelado em cheques. A funcionária do órgão ajudou a preencher os cheques e foi surpreendida pela PF quando guardou tudo na carteira.

    A suspeita foi indiciada por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A PF tem 15 dias para concluir o inquérito. Segundo o superintendente da PF em Mato Grosso do Sul, Edgar Marcon, as investigações continuam para saber, entre outras coisas, se mais pessoas estão envolvidas no golpe.

    Reprodução/Vídeo

    “Ela declarou que trabalha em um grupo de aproximadamente 15 pessoas cuja incumbência tem avaliar e fazer a liberação de propostas de emendas para aquisição de equipamentos. Nós vamos continuar investigando para definir toda a participação dela e eventuais outras pessoas”, declarou Marcon.

    O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que o papel da ex-consultora consistia em auxiliar na elaboração de pareceres técnicos, mas sem poder decisório sobre a aprovação ou rejeição de projetos e a liberação de recursos.

    “Com relação aos investimentos no Hospital de Câncer Alfredo Abrão, é importante destacar que o projeto foi apresentado pelo próprio hospital ao Ministério da Saúde e que seu andamento depende de aprovação também do estado e dos municípios, por meio da Comissão Intergestores Bipartite (CIB)”, informou a nota do órgão.

    Ainda de acordo com o ministério, até o momento, não houve liberação de recursos federais para o projeto do HC, cujo processo de análise técnica ainda não foi concluído.






    Do G1 MS com informações da TV Morena/JE