Francis Nunes pesava 240 kg e esperou cirurgia durante seis anos.
Secretário de Saúde diz que não há registro de prontuário no sistema.
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Francis faria almoço para juntar dinheiro e fazer cirurgia (Foto: Arquivo pessoal e Gabriela Pavão/G1 MS) |
A Secretaria de Saúde de Campo Grande abriu sindicância para apurar a morte do jovem Francis Nunes, que esperou mais de seis anos para fazer uma cirurgia de redução de estômago pela rede pública. Ele pesava 240 quilos, lutava contra a obesidade e morreu no último domingo (8), depois de sofrer duas paradas cardíacas.
O município tem 60 dias para concluir a sindicância. Segundo o secretário Ivandro Fonseca, não há registros do caso de Francis na central de regulação de consultas que encaminha pacientes para tratamento. "Ele deveria passar por psiquiatra, psicólogo, nutricionista, endocrinologista. Nós não temos o registro deste prontuário em nosso sistema", afirma o secretário. De acordo com o pai de Francis, Delfino José da Silva, o jovem fez vários exames pré-operatórios e nenhum teria apontado qualquer anormalidade que impedisse a realização do procedimento.
Atualmente, em Mato Grosso do Sul, 63 pessoas já fizeram todos os exames e aguaram na fila pela cirurgia. Na capital, a cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde é feita no Hospital Universitário e na Santa Casa, onde são realizados por mês, cerca de oito procedimentos.
O médico Francisco Gomes, responsável pelas cirurgias de redução de estômago na Santa Casa, conta que faz, em média, dois procedimentos por semana. Cada paciente chega a esperar de três meses a um ano para fazer a cirurgia. Um dos critérios usados para definir a prioridade nesse atendimento é a classificação de urgência do caso.
Do G1 MS