Sentença dos quatro homens deve sair na quarta-feira (11). Pelas 13 acusações, eles podem ser condenados à pena de morte
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Em protesto, indianos pedem que a Justiça condene os quatro acusados à morte por estuprar e matar uma jovem de 23 anos em dezembro do ano passado em Nova Délhi (Foto: AP Photo/Saurabh Das) |
Os quatro adultos acusados de estuprar e matar a jovem indiana Jyoti Singh Pandey, então com 23 anos, em um ônibus em Nova Délhio em dezembro de 2012, foram condenados culpados nesta terça-feira (10) pela Justiça da Índia. A pena dos condenados, Mukesh Singh, Vinay Sharma, Akshay Thakur e Pawan Gupta, deve ser divulgada na próxima quarta-feira (11). Pelas 13 acusações, entre elas sequestro, estupro e assassinato, os quatro podem pegar pena de morte.
"Todos os acusados são declarados culpados. São culpados de estupro coletivo, destruição de provas e pelo assassinato de uma vítima indefesa", afirmou o juiz Yogesh Khanna.
Segundo testemunhas presentes na sala durante a leitura do veredicto, os pais da jovem ficaram muito emocionados com a condenação dos culpados. Desde o assassinato da filha, os dois participaram de diversas manifestações por justiça, pedindo a condenação do grupo.
Um quinto envolvido no crime, menor de idade, foi condenado em outro julgamento a três anos de reclusão em uma unidade correcional. A decisão causou indignação da família da vítima e de grande parte da população indiana, que organizou protestos contra a sentença. O sexto acusado, maior de idade, teria se suicidado na prisão enquanto aguardava o julgamento, segundo a versão da polícia.
O estupro coletivo sofrido pela jovem chocou não só o país, mas toda a comunidade internacional. No dia 16 de dezembro do ano passado, a vítima, uma estudante de fisioterapia, foi estuprada e torturada com uma barra de ferro pelos seis homens após entrar em um ônibus em Nova Délhi, capital da Índia, quando voltava do cinema com o namorado. Com ferimentos graves, como fraturas internas, a jovem foi levada a um hospital de Cingapura, mas acabou morrendo 13 dias após a internação.
O ataque, extremamente violento, gerou uma onda de protestos na Índia e em países vizinhos, levando a um profundo debate sobre a discriminação e a violência sofridas pelas mulheres no país. Diante das mobilizações populares, o governo indiano foi forçado a modificar a legislação e endurecer as penas contra os crimes sexuais e a criar cortes de via rápida para os casos de estupro, entre outras medidas.
A cidade de Nova Délhi, segundo os indianos, é considerada a “capital do estupro”. De acordo com dados oficiais, mais de 20 mulheres foram estupradas no período de 16 a 28 de dezembro.
NT
Fonte: Época, com Agência EFE