| Zé Teixeira deve deixar o DEM |
| Marçal está descontente no PMDB |
| Lídio continua sem partido |
Sem a chamada janela política, proposta que permite a troca de partido antes das eleições, a ameaça de casacão de mandato por infidelidade partidária deve continuar segurando em seus partidos de origem muitos políticos descontentes em Mato Grosso do Sul.
Ainda assim, alguns políticos que detêm mandatos eletivos já manifestaram o desejo de trocar de legenda independente das mudanças previstas na proposta de reforma política, sepultada pela Câmara dos Deputados, uma vez que a maioria dos partidos decidiu obstruir a votação no dia 9 de abril.
Apesar disso, há quem defenda uma autorização para a troca de partidos nos seis meses que antecedem cada eleição, como forma de permitir que detentores de mandato insatisfeitos possam se filiar a outra legenda, como é o caso do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB/SP).
Por conta disso é que muitos parlamentares ainda nutrem a esperança em mudar de legenda sem ser perseguido lá na frente por ex-correligionários.
O deputado federal Marçal Filho (PMDB) foi o primeiro a tornar público seu descontentamento com seu grupo político, depois de se sentir alijado do processo de escolha do candidato do PMDB para disputar a prefeitura de Dourados, em 2012.
O argumento de Marçal é de que houve traição, porque o PMDB deixou de lançar candidato próprio para aprovar, durante sua convenção, apoio ao projeto de reeleição do prefeito Murilo Zauith (PSB).
Por causa disso, Marçal está com as malas prontas para ingressar em outro partido. Especulações dão conta que o deputado poderá se filiar ao MD (Mobilização Democrática), nascido da fusão entre o PPS e o PMN.
A eventual desfiliação de Marçal reduzirá a bancada do PMDB na Câmara, que conta ainda com os deputados Geraldo Resende, Fábio Trad e Akira Otsubo, que assumiu recentemente em lugar de Edson Giroto, hoje secretário de Obras Públicas do governo do Estado.
O deputado estadual Zé Teixeira (DEM) também alardeou publicamente que pode deixar o partido no qual milita a mais de 20 anos. Veterano na Assembleia Legislativa, onde exerce seu quinto mandato consecutivo, o deputado já passou o comando regional da legenda para Luiz Henrique Mandetta, único representante do DEM do Estado em Brasília.
O democrata está sendo cortejado por vários partidos, entre os quais, o PSB do prefeito Murilo Zauith, o PSD do empresário Antonio João Hugo Rodrigues, e o PSDB do deputado federal Reinaldo Azambuja.
Interlocutores políticos ligados ao poder em Campo Grande asseguram que o deputado estaria assumindo o controle do PSD no Estado, por interesse do secretário-executivo do partido, Saulo Queiroz. No entanto, Zé Teixeira não dá dicas sobre o rumo político que seguirá no futuro, em suas entrevistas à imprensa.
Ainda sem partido desde que foi expulso do PP do prefeito da Capital, Alcides Bernal, o deputado estadual Lídio Lopes pode se abrigar em outro grupo político.
Além do PP, o PT também tentou na Justiça Eleitoral para impedir a posse de Lídio na Assembleia.
Na ação interposta na Justiça Eleitoral, o PT tentou a invalidação da posse de Lídio em razão da expulsão por infidelidade ao PP, legenda que integrou a aliança com os petistas nas eleições de de 2010 no Estado.
Nesse caso, o PT reivindica a vaga para seu primeiro suplente, o ex-deputado Pedro Teruel, atual coordenador da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em Mato Grosso do Sul.
Recém chegado a Assembleia, o deputado estadual Osvane Ramos (PTdoB) também está sendo cortejado por outros partidos, mas garante que não recebeu nenhum convite.
Osvane, que assumiu o cargo em lugar de Diogo Tita (PPS), hoje prefeito da cidade de Paranaíba, também afirma que não tem interesse de mudar de bancada, a exemplo de sua correligionária Mara Caseiro, convidada para retornar ao seu partido de origem, o PDT.
Na lista de possíveis desfiliações circulam ainda prefeitos, vereadores e ex-prefeitos de vários municípios, todos de olho em cargos eletivos nas eleições do ano que vem.
Fonte: conjunturaonline
Por: Willams Araújo
Fotos: Divulgação/Chico Ribeiro