Fila em posto para abastecer com gasolina a R$1,35; teve gente que dormiu no local para participar da promoção.
O primeiro cliente chegou ontem, às 19h. Não só pelo preço, mas pelo protesto, os motoristas dormiram na fila para hoje cedo conseguirem abastecer com o litro da gasolina comum a R$ 1,35. Em alguns lugares houve tumulto, como no posto em frente da Feira Central.
Quatro empresas da cidade participam do “Dia Nacional sem Imposto”. São 900 carros e 380 motos a espera do descontam criado para mostrar ao consumidor quando em imposto é cobrado no Brasil.
“Vale muito ficar na fila, porque é um absurdo o que a gente gasta com gasolina. As pessoas têm de ficar atentas”, lembra o estudante de Engenharia Gabriel Franco, de 20 anos, que chegou na madrugada para garantir lugar. “Estou aqui desde 1h30”, garante.
No Posto Metrópole, na esquina da Calógeras com a 26 de Agosto, às 6h da manhã as 210 senhas começaram a ser distribuídas. Para evitar tumulto, os carros foram estacionando na 26 e só entram no posto quando uma das bombas desocupa.
Foi o único lugar sem transtornos, nos outros três postos a confusão começou logo cedo e foi preciso apoio do policiamento de trânsito. Muitos voltaram para casa sem abastecer.
Na calógeras, um dos últimos a chegar foi Manoel Gonçalves dos Santos, de 27 anos. Há meia hora conseguiu a senha e agora é esperar a fila andar para abastecer. Mas o tempo parado não é problema, diz o representante comercial que gasta R$ 500,00 por mês com combustível.
“Trabalho com o carro e todo mês um terço do que eu ganho vai para a gasolina”, conta.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas Jovens, Sullivan Vareiro, acompanhou de perto a campanha nesta manhã em Campo Grande e lembra que a ação pretende conscientizar a população sobre a alta carga tributaria e assim pressionar o Governo Federal a rever os impostos no Brasil.
Participam os postos Albatroz Modelo (avenida Costa e Silva, 811), Posto Metrópole (rua 26 de Agosto, esquina com a Calógeras), Mediterrâneo (Rua 14 de Julho, em frente à Feira) e VIP (Cândido Mariano, esquina com Almirante Barroso).
Só é aceito pagamento em dinheiro. Para conseguir reduzir tanto o preço do litro, os proprietários deixam de repassar ao consumidor R$ 1,61 referentes ao que é repassado ao governo. São 15 centavos de PIS, 69 centavos de COFINS, 74 centavos de ICMS, 1 centavo de Imposto de Renda e 2 centavos da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Este ano, a campanha só é realizada em Campo Grande, por falta de adesão no interior.
Há limites estabelecidos pelos postos. Cada motorista de carro pode abastecer com 30 litros e as motos só têm direito a 8 litros de gasolina comum.
Fonte: campograndenews
Por: Ângela Kempfer e Viviane Oliveira
Foto: Any Malagolini