Policiais civis reivindicam do governo estadual um reajuste de 25% em seus vencimentos
| Policiais promoveram manifesto na AL |
Os deputados estaduais decidiram intermediar a negociação do reajuste salarial dos policiais civis com o governo do Estado. Na manhã desta terça-feira (16), representantes da categoria lotaram as galerias da Assembleia Legislativa para pedir apoio dos parlamentares na tentativa de garantir um reajuste de 25% em seus vencimentos.
A Comissão Permanente de Segurança Pública e Defesa Social da Casa ficou encarregada de acompanhar a negociação salarial com o governo do Estado.
Apesar da manifestação pacífica ocorrida no plenário na Assembleia, O Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) prometeu cruzar os braços na eventualidade de não haver acordo na negociação com o governo do Estado. Nesse caso, os policiais ameaçam entrar em greve a partir do dia 2 de maio.
Em discurso na tribuna da Assembleia, o presidente do Sinpol, Alexandre Barbosa da Silva, disse que os salários dos policiais estão achatados. Ele informou que há cerca de sete anos, o salário da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul era o sexto maior do Brasil e hoje está no 25º lugar do ranking. “Reivindicamos no dia 8 de março 25% de aumento e o governo ofereceu 5% e até agora não apresentou nenhuma contraproposta”, disparou.
Ainda de acordo com o dirigente, o salário da categoria se aproxima de R$ 2,3 mil por mês. Ele garantiu que no último dia 4 de março o governador André Puccinelli (PMDB) propôs um aumento de apenas 5%, o que, em sua avaliação, é uma proposta indecente. “Merecemos muito mais”, sugeriu.
Diante da manifestação dos policiais civis, os deputados se prontificaram a buscar uma saída para o impasse. “Vamos buscar o diálogo para convencer o governador André Puccinelli a aplicar um reajuste de 25% no salário dos policiais civis. Acreditamos que um bom governo precisa pagar bem seus servidores”, afirmou o deputado Cabo Almi (PT), presidente da Comissão Permanente de Segurança Pública e Defesa Social da Casa.
“Chega de descaso com a nossa categoria, os policiais saem de casa e deixam as suas famílias para proteger a família dos outros. Enfrentamos diversas dificuldades, paredes rachadas nas delegacias, falta de viaturas. Queremos mais atenção, somos servidores, e arriscamos as nossas vidas por vocês (deputados)”, acrescentou o presidente do Sinpol.
Além da questão salarial, o presidente da Federação Interestadual dos Policiais Civil das Regiões Centro-Oeste e Norte, Divinato da Consolação Ferreira, falou dos problemas enfrentados pela categoria. “Viaturas em péssimo estado de conservação, delegacias sem infraestrutura e policiais acumulando a função de agente penitenciário. Todo salário é pouco por aquilo que um policial enfrenta, pois nada paga sua vida”, desabafou.
CAIXÃO
Após deliberarem por uma greve geral, na manhã do último dia 10, policiais civis de vários municípios de Mato Grosso do Sul saíram em carreata rumo à Governadoria, em Campo Grande, onde queimaram um caixão, simbolizando a morte da polícia civil, em protesto ao baixo salário pago à categoria.
Coincidentemente, o manifesto da categoria ocorreu na ausência do governador André Puccinelli, que viajou para a Itália alegando ter ido em busca de novas indústrias para investimento em Mato Grosso do Sul.
Durante o percurso, diretores do sindicato em cima de um trio elétrico falava à população o motivo do protesto.
No Parque dos Poderes, os policiais civis tomaram conta da frente da Governadoria, onde com faixas criticando o descaso do governo e o baixo salário, chamavam a todo o momento pela governadora em exercício, Simone Tebet (PMDB), enquanto o caixão era queimado.
Fonte: conjunturaonline
Por: Willams Araújo
Foto: Divulgação