A licitação para compra anual de medicamentos da rede municipal de saúde, foi suspensa em dezembro de 2012. De acordo com funcionários técnicos da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), a aquisição sempre foi feita no mês de setembro. Entretanto, uma assessora técnica do ex-prefeito, Nelsinho Trad (PMDB) perdeu o prazo e mandou suspender a compra dos remédios.
A compra com pedido de urgência, em setembro, tal como consta nos documentos apresentados pelo secretário Ivandro Fonseca, foi cancelada no último mês de 2012. Escrito a próprio punho, a diretora da central de compras, alegou falta de tempo hábil.
“O departamento Administrativo Sesau: retornamos o processo pois não há tempo hábil para a realização do procedimento licitatório”, escrito e assinado pela assessora técnica Luciana Rezende Lopes Silva, no dia 19 de dezembro de 2012.
A compra superior a R$ 13 milhões, seria de 473 itens, entre medicamentos e materiais, para abastecer os postos de saúde de Campo Grande, pelo período de um ano.
“Eu não sei porque foi cancelado, só sei que desabasteceu todas as nossas unidades que estão sem medicação desde setembro”, conta o secretário de saúde Ivandro Fonseca.
Diante da falta dos medicamentos, o prefeito Alcides Bernal (PP) recorreu ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), nesta sexta-feira (26), em busca de subsídios técnicos para fazer a compra de medicamentos, em caráter de urgência.
Ainda de acordo com a Sesau, a doação feita pelo governo do Estado, não foi de medicamentos. A maioria doada foi de papel higiênicos e papéis toalha. “De 27 itens solicitados, aproveitamos 10”, conta Fonseca.
Outro lado
Depois de virem à tona as denúncias do cancelamento da licitação, a assessoria de imprensa do ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) emitiu nota à imprensa declarando que não é verdadeira a afirmação de que a licitação foi cancelada.
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| Documento licitatório, que consta o cancelamento e a lista da doação do Estado (abaixo) |
Também foi enviado à reportagem, um levantamento do estoque da Coordenadoria de Assistência Farmacêutica, realizado em 30/12/12, na qual afirma que foi deixado estoque de medicamentos para todo o primeiro trimestre de 2013, "tanto que os estoques seguraram a epidemia de dengue".
Fonte: Midiamax
Por: Diego Alves
