![]() |
| Puccinelli mandou adesivar os veículos como se fossem doados pelos cofres estaduais, mas o MEC determinou que as informações originais fossem mantidas. |
O coordenador do FNDE, José Maria Rodrigues, veio a Mato Grosso do Sul nesta sexta-feira (26) apresentar o programa do Governo Federal, Caminho da Escola. Ele explicou como foram repassados os ônibus escolares ao Estado e disse que o critério adotado foi a quantidade de alunos estudantes da zona rural.
Esta justificativa contraria o discurso do governador André Puccinelli, que atribui o valor investido em um reparo feito na ponte do Rio Paraguai.
Rodrigues explicou, em entrevista gravada, que a quantidade de ônibus é calculada de acordo com os alunos da zona rural que precisam do transporte. “Mato Grosso do Sul tem na rede estadual cerca de 27 mil alunos. Cada ônibus desse pode carregar, em média, 60 alunos. Então a gente faz a conta para ver se a demanda do Estado tem justificativa e vê no Governo Federal se tem recursos para atender esta demanda”, esclareceu.
Ele ratificou que os recursos são exclusivamente federais. “Em 2012 fizemos uma parceria com 17 Estados para negociar a possibilidade de transferir recursos para a aquisição de veículos, para que eles fossem cedidos aos municípios. São R$ 373 milhões em investimentos nesses Estados”.
Desse valor, R$ 64.670.000,00 vieram para o Estado. Outros 219 ônibus já foram entregues, sem alarde, pois o dinheiro para a aquisição deles foi encaminhado diretamente aos municípios.
Puccinelli mandou adesivar os veículos como se fossem doados pelos cofres estaduais, mas o MEC determinou que as informações originais fossem mantidas. Em resposta ao Midiamax, o MEC (Ministério da Educação) esclareceu que o Governo do Estado não tinha autorização para alterar a caracterização visual do veículo, inclusive quanto às marcas institucionais, porque estas são contidas nas especificações do ato licitatório.
O senador Delcídio do Amaral acusou o governador de estar usando os ônibus para fazer barganha política com prefeitos, em troca de apoio político em 2014.
Puxão de orelha
André foi chamado para uma reunião a portas fechadas com Dilma Rousseff e teve que retirar os adesivos que mandou colocar por cima das marcas do Governo Federal.
Mesmo assim, o governador negou ter recebido um puxão de orelhas e ainda disse à imprensa regional que estava “pavimentando a aliança com Dilma para o ano que vem”. Novamente, acabou desmentido pelo próprio presidente licenciado do PMDB, Michel Temer.
| Adesivo que revela 'chapéu alheio' permanece no pátio da Agraer |
O vice-presidente da república afirmou que as eleições de 2014 sequer foram assunto na conversa entre Puccinelli e Dilma.
Fonte: Midiamax
Por: Evelin Araujo
Foto: Luiz Alberto
