CAMPO GRANDE (MS),

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    03/04/2013

    Bernal diz que capital fará a diferença na guerra entre PT e PMDB


    Alcides Bernal durante encontro na Assomasul
    Incomodado com a possibilidade de aliança entre PMDB e PT em 2014, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), reagiu duro e ameaça não subir no palanque do senador Delcídio do Amaral (PT), pré-candidato petista ao governo estadual, caso seu principal cabo-eleitoral decida se unir ao grupo político liderado pelo governador Andre Puccinelli (PMDB).

    Ocorre que a disputa antecipada pelo governo de Mato Grosso do Sul tem acrescentado ingredientes inusitados a cada dia que passa, gerando dissabores e divergências entre os principais líderes políticos do Estado.

    A possibilidade de alianças, disputas de espaço entre partidos e até conflito interno pautam o cenário político a 18 meses das eleições que apontarão o sucessor de André Puccinelli.

    Particularmente, Bernal se diz disposto a entrar na campanha de Delcídio para derrotar o candidato do PMDB, ainda dividido entre o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, e a vice-governadora Simone Tebet.

    “O Delcídio é um bom nome e com certeza conta com a nossa simpatia, ele é o senador de todos, é um homem importante para Mato Grosso do Sul. Mas Campo Grande com certeza vai fazer a diferença por contar com quase 40% do eleitorado”, avisou o prefeito ao participar no começo da semana do encontro de prefeitos com ministros na sede da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), na Capital.

    Apesar de manter uma relação institucional razoável com o governador, Bernal condena a aproximação de Delcídio com os adversários históricos do PT, mesmo sabendo da tentativa de aliança que está sendo costurada pelos líderes estaduais e nacionais das duas legendas.

    No plano nacional, a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) operam no sentido de unir os dois partidos nos estados, apesar do confronto iminente em algumas regiões devido à rivalidade histórica.

    Particularmente, Delcídio tenta minimizar o clima de revanche que ainda prevalece entre Bernal, André e Nelsinho Trad após a derrota do PMDB nas eleições para prefeito de Campo Grande.

    Por causa disso, Bernal tem enfrentado uma onda de turbulência sem precedentes na Câmara de Vereadores de Campo Grande, onde o PMDB conta com ampla maioria. Fala-se até em cassação do mandato do prefeito, embora sem motivos aparentes.

    Questionado por repórteres sobre o que acha da ameaça de Bernal em não subir em seu palanque em 2014, o senador tentou minimizar.

    “Não temos nada a ver com isso, negócio de discutir aliança é bem prá frente”, se esquivou Delcídio, que se movimenta no sentido de atrair o apoio dos peemedebistas. A intenção de PT e PMDB seria construir uma chapa imbatível na corrida sucessória do ano que vem, encabeçada por Delcídio ao governo e André Puccinelli ao Senado. Nesse caso, o PMDB indicaria o vice.

    Essa ideia não agrada a uma das correntes petistas liderada pelo ex-governador e vereador de Campo Grande, Zeca do PT. Sobre essa possibilidade, ele desdenha dos adversários dizendo que o PT não precisa do apoio nem do PMDB e nem do PSDB para voltar ao poder em 2014.

    Setores do PMDB também rechaçam essas tentativas de acordo. O próprio Nelsinho Trad ameaça trocar de partido e enfrentar as urnas em 2014 na eventualidade de se sentir alijado do processo eleitoral na hipótese de união entre os dois grupos adversários.


    PSDB


    A ameaça a Delcídio não vem apenas de Bernal, já que o comando regional do PSDB avisou que se o senador se juntar ao PMDB, lançará candidato próprio ao governo do Estado, ano que vem.

    Principal expoente do PSDB no Estado, o deputado federal Reinaldo Azambuja é a alternativa caso o partido decide disputar o governo.

    O ninho tucano, independente disso, estuda participar das eleições no embalo da candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República.

    O partido até já definiu um calendário para percorrer o Estado dentro do programa “Pensando Mato Grosso do Sul”, reeditando a estratégia que fez na Capital, no ano passado, quando visitou os lares com o projeto “Pensando Campo Grande”.

    A ideia consiste em colher sugestões dos moradores de casa em casa para inclusão de propostas no plano de governo do partido.

    Fonte: conjunturaonline
    Por: Willams Araújo
    Foto: Divulgação