No portal da transparência ainda não há pagamentos para água de coco dos vereadores
Líquido servido para vereadores em uma garrafa sem identificação provoca curiosidade em quem vai à Câmara Municipal. O mistério faz lembrar as famosas canecas do apresentador Jô Soares, que faz questão de preservar o conteúdo, descoberto por quem é entrevistado no programa.
O Midiamax resolveu perguntar aos vereadores o que era o líquido diferente de alguns copos servidos pelo garçom. Alguns vereadores preferiram sorrir, em um claro sinal de que não queriam se comprometer. Já o garçom, bem orientado, não prolongou o assunto e preferiu dizer que alguns vereadores preferem água com limão. Porém, os diferentes tons da água revelavam que não se tratava apenas de água com algumas gotas de limão.
Mais alguns questionamentos e novos sorrisos dos vereadores. A dúvida só foi esclarecida quando um dos vereadores fez uma reclamação para o garçom. Novato, ele questionou o porquê da água servida para ele ser quente e a de outros gelada. A cor da água diferente dava a impressão de que uma estava mais gelada que a outra, o que foi esclarecido pelo garçom. “É que a sua água é comum e a de outros é água de coco”, explicou.
A resposta provocou espanto no vereador pelo bom tratamento dado, mas também pela falta de cortesia dos colegas, que nunca informaram dos privilégios. O vereador Vanderlei Cabeludo (PMDB) foi o único que não teve medo de dizer quais as águas disponíveis para os parlamentares. Ele esclareceu que os 29 parlamentares poderiam escolher entre água sem gás, com gás, com limão ou água de coco.
No portal da transparência da Câmara nesta nova legislatura não há despesas com água de coco. No mês de janeiro e fevereiro só há empenhos para pagamento de R$ 1.452,44 de aquisição de 60 garrafas de água mineral sem gás, 24 garrafas de água sem gás e 5 cargas de gás de 13 quilos; R$ 1.027,50 para compras de 137 galões de água mineral de 20 litros e R$ 550,08 para aquisição de 13 garrafas de água. Para a população que vai à Câmara há apenas um bebedouro na entrada do prédio, em uma temperatura nada agradável frente ao calor de Campo Grande.
As sessões na Câmara acontecem três vezes na semana e cada vereador recebe R$ 15 mil por mês, totalizando R$ 720 mil pelos quatro anos de mandato. Fora às sessões, cada um faz a sua agenda, sem rigor de alguém fiscalizando o trabalho. Para fazer as tarefas no gabinete, cada vereador pode contratar até 20 funcionários, com R$ 28,4 mil disponível para pagamento de salários.
Fonte: Midiamax
Por: Wendell Reis
Foto: Divulgação/Câmara
