“Agora chegou a vez vou cantar, mulher brasileira em primeiro lugar.” Esta música de Benito de Paula representa com muito louvor a força da mulher brasileira, com muita garra elas superam as dificuldades do dia a dia e conciliam trabalho, família, amigos e lazer. Hoje (8) é comemorado o Dia Internacional da Mulher, para alguns é como uma data qualquer, mas para outras isso significa um marco e a mudança da historia da mulher, não só do Brasil, mas do mundo inteiro.
No dia oito de março de 1957 várias operárias de uma fábrica situada em Nova Iorque, realizaram uma grande greve, exigindo redução da carga horária e equiparação de salários com os homens. Está manifestação resultou em muita violência, elas foram trancadas na fábrica que foi incendiada e cerca de 130 mulheres morreram carbonizadas. Por este motivo é comemorado o Dia da Mulher.
O Midiamax faz uma homenagem as mulheres e seleciona algumas historias de vida de mulheres campo-grandenses.
Séria, porém simpática Fátima Aparecida do Nascimento, 66 anos, trabalha de motorista de ônibus há 11 anos. Uma mulher de personalidade forte de quem sabe o que quer afirma, “eu amo minha profissão e trato bem todos que pegam ônibus comigo, e eu dirijo desde 11 anos de idade”.
Ela iniciou sua caminhada como instrutora de auto-escola e hoje atua no Terminal Guaicurus na linha Rouxinóis há nove anos. “Já sou aposentada na idade, mas não quero parar de trabalhar, sou uma pessoa muito determinada e sei que posso chegar cada vez mais alto”, disse Fátima.
Com um sorriso contagiante e sem deixar a feminilidade de lado, a mototaxista Marisa Lima de 39 anos, atua a dez anos no ponto de mototaxi do bairro Maria Aparecida Pedrossian. Espontânea e carismática, ela cativa as pessoas que estão a sua volta e segundo “Mari”, como gosta de ser chamada, no início as pessoas tinham preconceito, mas ela sempre levou na brincadeira. “Sempre busquei meus objetivos e lutei até consegui e hoje, incentivo os demais”, afirma Mari, que continua dizendo que acha a data muito importante e que a mulher deve ser lembrada todos os dias.
Debaixo de uma farda, Cristina Aparecida mostra seu ar de mulher ética e responsável, soldado do bombeiro há cinco anos, mãe solteira de dois filhos jovens ela afirma, “eu nasci de novo depois que entrei no bombeiro”. Cristina conta que sempre buscou profissionalmente coisas que deixava feliz, mas até entrar para a corporação ainda não tinha encontrado satisfação no trabalho.
“Aqui eu tenho prazer de trabalhar, gosto do que faço e jamais perdi o ritmo, parece que a cada dia tenho mais vontade de aprender e me desenvolver” diz Cristina. Sem muitos rodeios ela comenta que está data é importante para a conquista das mulheres, pois lembra um fato trágico que aconteceu e isso é bom para motivar as outras pessoas, mas “não vejo necessidade de tornar esta data um feriado, hoje em dia as mulheres estão se desvalorizando muito, elas desconhecem sua própria capacidade” diz Cristina.
A soldado afirma que apesar de ser mulher, no horário de trabalho ela se iguala aos homens, mas não perde o cuidado materno com os companheiros de serviço. “a minha feminilidade eu deixo para os momentos de folga” finaliza Cristina.
Deusamar Rangel, 47 anos, cabeleireira há 31 anos comenta que o dia da mulher é como o dia das mães, e que as mulheres precisam persistir, lutar e acreditar naquilo que sonhou. A cabeleireira é a favor da data e acredita que as mulheres devem ser mais respeitadas, “eu acho que a lei Maria da Penha deve ser rigorosa que nem estão fazendo com o trânsito” finaliza Deusamar.
Com muita seriedade a bancária Andréia Scoculi, 34 anos, leva a profissão e sua vida, “sempre me dediquei aos estudos” comenta a bancária, que iniciou seu trabalho em 2000. Para ela esta data não faz diferença nenhuma, pois a mulher já conquistou muitas coisas.
“O mais difícil é conciliar família, trabalho e diversas outras coisas, eu, por exemplo, tive que abrir mão dos meus filhos para me dedicar ao trabalho”, afirma. Uma mulher meiga mas, de pulso firme ela afirma que teve e tem muito apoio dos pais, “me dedico ao trabalho para garantir uma melhor qualidade de vida para meus filhos e familiares”, comenta Andréia
“A mulher para conquistar seu espaço ela precisa de apoio da sociedade em si e também dos familiares”, continua ela.
Andréia cita que as mulheres tem que estudar mais e esquecer um pouco das redes sociais e da beleza, “muitas mulheres param no tempo e pensam apenas na beleza exterior” finaliza a bancaria.
Para Sandra Martins Dicchofe, 35 anos, o que falta para as mulheres ainda é proteção contra a violência doméstica. “Tenho conhecidas que apanham dos maridos, mas não tem coragem de denunciar, ficam com medo, tinha que haver um apoio maior, de psicológico e físico também”, afirmou. Para Sandra, que trabalha como convocada na Prefeitura de Campo Grande, as mulheres ainda sofrem também com a falta de oportunidade. Ela acredita que deve haver mais investimentos do poder público neste sentido.
Já a aposentada Terezinha Linhares, 53 anos, comenta que está data é uma conquista das mulheres, e que a mulher tem que ser valorizada. Casada há 48 anos ela conta que não possuía CPF, o seu documento era junto com o do marido. “Fiz meu CPF tem mais ou menos 15 anos” diz a aposentada. E esclarece que antigamente as mulheres não podiam fazer nada sem a autorização do marido, “hoje em dia mudou muito, e espero que mude ainda mais” encerrou.
A gerente de loja Meire Cristina Souza, 28 anos, deixa claro que cada mulher deve conquistar seu espaço, ela que trabalha com roupas desde 15 anos de idade afirma, “o que deve mudar é a questão de que em alguns lugares os salários não são equiparados” Ela possui vários sonhos, mas ainda pretende conquista muito mais, “estou numa fase muito boa, e quero ir mais longe” finaliza Meire.
Elaine Gomes, 42 anos, que tem quatro anos que trabalha com vendas de água, refrigerante e suco na praça Ary Coelho, afirma que as mulheres merecem comemorar está data tão importante pois, “tem muito homem que não da importância para as mulheres, agridem e isso não pode mais acontecer”, reforça. Para Elaine as mulheres tem que ser valorizadas todos os dias, “nós mulheres somos a base da família” encerra a vendedora.
“As mulheres hoje em dia são bem mais independentes, não precisam mais viver as custas de um marido. O que o homem faz, a mulher também faz na questão do trabalho. Não existe mulher que é pedreira?, exemplificou a frentista Vécia Carla de Oliveira, 20.
Fonte: Midiamax
Por: Fernanda Mara
Fotos: Cleber Gellio e Luiz Alberto
