CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    20/07/2012

    PF em MS indicia 18 pessoas por envolvimento na morte do cacique


    Um dos detidos confessou ter visto Nísio Gomes ser atingido por tiro.
    Entre os indiciados, estão produtores rurais e seguranças de empresa.


    Cacique Nísio Gomes (Foto: Eliseu Lopes/BBC)
    A Polícia Federal em Ponta Porã, a 346 km de Campo Grande indiciou 18 pessoas por envolvimento na morte do cacique Nísio Gomes, desaparecido desde o dia 18 de novembro de 2011 após ataque ao acampamento indígena Guaiviry, da etnia guarany-kaiwá, em Aral Moreira, extremo sul do estado. Um dos detidos confessou ter visto o índio ser ferido com um tiro e ainda teria participado da retirada do corpo do local.

    No dia 4 de julho deste ano, 8 pessoas foram presas na invevtigação do caso, que passou a ser oficialmente tratado como homicídio.


    Em nota, a PF informou que os nomes dos indiciados não será divulgado pois o caso tramita em segredo de Justiça. Dentre os presos, 10 pessoas são ligadas a uma empresa de segurança privada de Dourados – proprietários e gerentes – e seis produtores rurais da região de Ponta Porã e Aral Moreira e um advogado.

    Segundo a polícia, entre os indiciados, consta um funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai), pelo crime de formação de quadrilha e coação no curso do processo, já que teria coagido uma testemunha a mudar o depoimento prestado à polícia.

    A PF divulgou que um dos envolvidos viu o momento em que Nísio Gomes foi ferido com um tiro abaixo de uma das axilas. Este homem disse ainda que checou o pulso do índio e constatou que ele estava morto. O suspeito ainda confessou ter participado da retirada do corpo do local, mas não informou com exatidão onde o índio teria sido sepultado. Gomes foi assassinado com tiro de espingarda calibre 12.

    Investigação

    A polícia diz que os envolvidos tentaram atrapalhar as investigações e pagaram um índio para dizer que Nísio Gomes estava morando em uma aldeia no Paraguai. Como pagamento, além de dinheiro, os produtores rurais teriam prometido ajudar o indígena a se candidatar nas eleições para concorrer a vereador. O índio não faz parte dos indicados por participação no crime.

    Crime

    Segundo informações do Ministério Público Federal (MPF), havia cerca de 30 indígenas no acampamento, localizado próximo a fronteira com o Paraguai, no momento da invasão. Os indígenas afirmam que aproximadamente 20 homens chegaram ao local em caminhonetes. Eles teriam atirado com armas de balas de borracha. Três pessoas foram atingidas. O cacique Nísio Gomes, de 59 anos, desapareceu e os índios afirmam que ele foi levado pelos invasores.


    Do G1 MS