CAMPO GRANDE (MS),

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    29/07/2012

    Após baixo quórum em plebiscito, Romênia deve manter presidente


    Bloco liderado por primeiro-ministro quer derrubar Traian Basescu.
    Votação sobre impeachment aconteceu neste domingo (29).

    Turista romena vota em balneário no Mar Negro, em um dos pontos de votação abertos para facilitar a participação de viajantes e moradores de zonas rurais no plebiscito. (Foto: AFP)

    O baixo comparecimento neste domingo a um referendo sobre o impeachment do presidente da Romênia, Traian Basescu, pode minar o esforço de seus adversários para derrubá-lo do cargo.

    A agência eleitoral do país disse que o comparecimento era de 37,7% às 20h (horário local), sugerindo que a União Social Liberal do primeiro-ministro Victor Ponta, de esquerda, dificilmente conseguiria que metade do eleitorado votasse até o encerramento das urnas, às 23h.

    A não ser que pelo menos 50% dos eleitores votem, o referendo será invalidado, preparando o cenário para mais confrontos entre Basescu e seus oponentes no governo.

    Basescu afirmou, no fechamento das seções eleitorais, que os romenos "rejeitaram o golpe de Estado" da maioria de centro-esquerda, ao não se apresentar em número suficiente para validar o referendo sobre sua destituição.

    "Os romenos rejeitaram o golpe de Estado dos 256 parlamentares liderados por Victor Ponta (primeiro-ministro) e Crin Antonescu (presidente interino)", declarou Basescu da sede de seu QG de campanha, minutos depois do fechamento das seções eleitorais.

    "Os romenos decidiram seu destino, invalidando o referendo", acrescentou.


    O presidente interino, Crin Antonescu, disse que a maioria de centro-esquerda respeitará as decisões da Corte Constitucional, que deve validar ou não o referendo.

    "Agiremos com base no respeito a todas as instituições habilitadas, seja o Escritório Eleitoral central ou a Corte Constitucional", afirmou Antonescu assim que fecharam as seções eleitorais.

    Os romenos votaram este domingo no referendo sobre a destituição do presidente de centro-direita. A taxa de participação de 37,67% era inferior à do referendo de destituição anterior, em 2007, e que nas eleições locais de junho.

    A sorte de Basescu, de 60 anos, no cargo há oito anos e agora suspenso, dependia sobretudo do índice de participação, pois o referendo só seria válido se mais da metade dos 18,3 milhões de eleitores convocados fossem às urnas.

    Se a participação se situar ao redor de 50%, as tensões políticas poderão continuar, avaliam analistas. Se vencer o "sim" à destituição e se alcançar participação suficiente para validar a consulta, será organizada uma eleição presidencial antecipada no prazo de 90 dias.

    Bruxelas observa com atenção o resultado da consulta, após ter criticado em meados de julho os métodos da União Social Liberal (USL, centro-esquerda) do premier Victor Ponta para facilitar a destituição do presidente.


    Fonte: G1
    Por: France Presse