Índios foram mortos durante ataque a acampamento na cidade de Paranhos.
Entre os suspeitos estão políticos, produtores rurais e comerciantes.

O Ministério Público Federal (MPF), em Mato Grosso do Sul, apresentou denúncia contra seis pessoas suspeitas da morte de dois professores indígenas, da etnia guarany-kaiwá, em 2009 na cidade de Paranhos, localizada a 477 quilômetros de Campo Grande. Entre os acusados estão políticos, produtores rurais e comerciantes da região. A denúncia foi protocolada em outubro na Justiça Federal em Ponta Porã.
Eles foram indiciados por homicídio qualificado por impossibilitar a defesa das vítimas, ocultação de cadáver, disparo de arma de fogo e lesão corporal contra idoso. A Justiça vai analisar o pedido e decidir se os suspeitos responderão como réus na ação penal.
As vítimas faziam parte de um grupo de 50 índios que reivindicava uma área em uma fazenda naquele município. Segundo o MPF, alguns dos denunciados, acompanhados por outras pessoas que não foram identificadas, chegaram ao local em caminhões e caminhonetes atirando contra os acampados usando pelo menos sete armas, de calibres 12, 32, 36, 30, 38 e nove milímetros.
Os professores foram mortos e os corpos ocultados. Um deles, de 89 anos, chegou a ser agredido com pauladas nas costas, ombros e pernas antes de morrer. O corpo de um deles foi encontrado uma semana depois no rio Ypo'i, perto do local do conflito. Bombeiros, exército e polícia fizeram buscas pelo segundo corpo, que não foi encontrado.
Foi solicitado pelo MPF à Polícia Federal abertura de novo inquérito para investigar a participação de mais pessoas no crime, em função de indícios do uso de veículos oficiais para levar o grupo que fez o ataque ao acampamento.
Do G1 MS