CAMPO GRANDE (MS),

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    31/05/2020

    Compostos enviados por MS devem ser testados esta semana contra Covid-19 nos EUA

    ©DIVULGAÇÃO
    Compostos enviados por cientistas de Mato Grosso do Sul começam a ser testados nesta semana contra Covid-19 na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. O estudo trabalha para contornar a “tempestade de citocinas”, que é uma reação imunológica exagerada do corpo humano.

    O fenômeno pode ocorrer com várias doenças e já foi observado em pacientes infectados com novo coronavírus. Ao tentar combatê-lo, uma reação descontrolada faz com que muitas células de defesa sejam produzidas e encaminhadas para um só lugar no corpo.

    Conforme o doutor em bioquímica Octávio Luiz Franco, do laboratório Sinova Biotec da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), esses “soldados” também acabam matando células pulmonares, diminuindo a captação de oxigênio e agravando o quadro clínico.

    Ele selecionou uma série de compostos imunomoduladores e os encaminhou aos colegas norte-americanos. Laboratórios do mundo inteiro também estão ajudando e mais de duas mil substâncias já foram testadas. Agora, chegou a vez das apostas sul-mato-grossenses para o que, no futuro, possa ser um tratamento eficaz contra a Covid-19.

    Franco explicou ao Correio do Estado que os cientistas da Pensilvânia primeiro aplicam os produtos e observam o quanto eles barram a entrada do novo coronavírus nas células pulmonares. Se der certo, eles irão para a segunda etapa, com testes em camundongos.

    “Uma vez que se observa a eficácia, nós vamos combinar os fármacos. Não esperados que um só composto seja suficiente. A ideia é, dentro de alguns meses, combinar os fármacos para ter um coquetel mais funcional”, afirma o doutor em bioquímica.

    Ele estima que 10% das substâncias já testadas passaram para as fases seguintes. Nesse primeiro momento, trabalha-se com compostos que já estão disponíveis no mercado, mas no futuro, orgânicos sintetizados a partir da natureza também serão estudados, chamada bioinspiração.

    Octávio esclarece que os produtos químicos são replicados em laboratório e não retirados diretamente do meio natural. Entre as apostas dele estão compostos presentes em venenos de cobras e vespas.

    Na Pensilvânia, a ação é encabeçada pelo cientista Cesar de la Fuente. 

    Fonte: Correio do Estado



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