CAMPO GRANDE (MS),

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    14/11/2019

    Veganos de sucesso: veja como o mercado está trabalhando para atender a todos

    Tendência crescente em todo o mundo, o veganismo está reestruturando diretrizes dos mais variados setores do mercado 

    ©DIVULGAÇÃO
    Os últimos cinco anos foram fundamentais para o crescimento e popularização do veganismo no Brasil. O maior acesso à internet, bem como a multiplicação de conteúdos em redes sociais, trouxe grandes esclarecimentos acerca do movimento e do preparo natural de comidas veganas

    Esse avanço foi constatado por meio de um estudo realizado pelo IBOPE Inteligência: em 2018, cerca de 14% da população declarou-se vegana – um aumento de 75% se comparado ao ano de 2012, por exemplo. 

    Reflexos dessa conjuntura podem ser notados também em setores do mercado. Por aqui, a estimativa é que haja um crescimento de 40% ao ano sobre o comércio vegano. Para a parcela populacional que adota a ideologia, essa crescente tendência tem auxiliado a busca e obtenção de produtos possíveis de serem consumidos. 

    Seja por conscientização, preservação ambiental ou busca por uma alimentação mais saudável, muitas pessoas têm aderido ao movimento (progressivo em todo o mundo), fazendo com que o mercado, dos pequenos aos grandes produtores, busquem alternativas para atender as novas demandas. 

    Definindo o veganismo 

    De acordo com a Sociedade Vegana do Brasil, o movimento é caracterizado como um modo de vida que busca banir qualquer atividade relacionada à exploração animal. 

    Essa afirmativa é aplicada na alimentação, no vestuário, na composição de produtos, no comércio, no entretenimento... Enfim, pode-se dizer que veganos são vegetarianos que levam a ideologia para todas as áreas da vida, excluindo, em sua totalidade, a utilização de qualquer item proveniente do abuso animal. 

    Opondo-se francamente à caça e pesca, além do emprego de animais para rituais religiosos, os princípios baseiam-se no respeito aos direitos dos bichos, que são três: oportunidade para dar continuidade à própria vida; total liberdade e autonomia para atingir os meios que garantem sua sobrevivência e bem-estar; não ser utilizado como mero recurso humano, voltando sua existência para si mesmo. 

    Inclusive, produtos testados em animais (como certos cosméticos) são amplamente repudiados pela sociedade vegana. 

    Reestruturação do mercado 

    Diversos segmentos estão se adaptando às exigências e demandas de uma nova geração de consumidores que, mesmo não levando o veganismo para todas as áreas da vida, optam por produtos que não tenham origem animal, ainda que paguem mais caro por eles. 

    Evidentemente, o setor gastronômico é o que mais sente os impactos do movimento, buscando, assim, se adequar à realidade vegana. Nos dias de hoje, grande parte dos restaurantes já incluem ao menos uma opção em seus cardápios correspondente às medidas do grupo – alguns estabelecimentos são inteiramente adaptados, voltando-se exclusivamente para esse público-alvo. 

    Em grandes empresas e supermercados, é possível encontrar diversas opções já prontas, como pães, lanches, biscoitos, bolos etc. Devido a grande procura, até pequenos estabelecimentos estão investindo em produtos naturais não derivados de animais, fornecendo congelados e aperitivos. 

    Se há alguns anos as opções eram mais reduzidas, hoje podemos encontrá-los com facilidade. De salgados a hambúrgueres e pães de queijo, as alternativas salvam o meio-ambiente e ainda são deliciosas. 

    Impactos nos setores da moda 

    Cosmético e estética 

    As áreas de cosméticos e estética necessitaram de maior adaptação, caso queiram ajustar às normas sustentáveis (cada vez mais em pauta na sociedade). 

    Os clientes cobram posicionamentos mais rígidos das marcas acerca das temáticas ecológicas e de preservação do meio ambiente – os consumidores buscam um alinhamento ideológico e de representatividade com as empresas, exigindo opiniões e pareceres. 

    Dessa maneira, é impensável realizar testes em animais, havendo, em casos de flagrantes, enorme boicote à corporações e produtos. As redes sociais contribuem para a disseminação de episódios específicos, que podem custar bem caro aos cofres organizacionais. 

    Para atender ao público de fato vegano, os processos de produção precisaram passar por diversas reformulações, como a retirada de determinados ingredientes, novos métodos para testes e concepção de bases químicas de origem vegetal. Nos dias de hoje, podemos encontrar maquiagens, desodorantes, cremes e xampus totalmente veganos. 

    Vestimentas e acessórios 

    Como ocorreu com a indústria da beleza, os setores de roupas, calçados e acessórios também efetivaram uma série de alterações. As companhias, por conscientização ou necessidade comercial, estão oferecendo cada vez mais produtos que não necessitam de animais em suas composições. 

    Seda, lã e couro, por exemplo, já não são mais bem vistas, e as opções escolhidas vêm sendo as alternativas e materiais naturais – fibras de frutas, bambu e versões sintéticas são possibilidades. 



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