CAMPO GRANDE (MS),

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    02/09/2019

    “Queremos que essa discussão não se limite somente ao mês de setembro.” diz Herculano em audiência sobre Combate ao Suicídio

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    Suicídio, o tema foi discutido nesta manhã (02), em audiência pública na Assembleia, que faz parte da campanha “Setembro Amarelo”. Uma proposição do Deputado Estadual Herculano Borges.

    O evento, realizado no Plenário Júlio Maia, contou com duas palestras, a do professor Edilson Reis, que atua como capelão no Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a do médico psiquiatra Marcos Estevão. Capelão Reis trouxe dados alarmantes sobre os índices de quem acomete contra sua própria vida.

    Mato Grosso do Sul é o 3º estado no Brasil com maior taxa de suicídio. “Por dia são de 40 a 50 pessoas que se matam no Brasil. É um suicídio a cada 40 segundos no mundo, sendo uma tentativa a cada três segundos. É a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade”, alertou Capelão Reis. O estudioso disse que o índice também é crescente entre os idosos, devido à solidão e negligência e nas populações indígenas, muitas vezes desassistidas.

    O psiquiatra Marcos Estevão sistematizou os três D e os três I para serem identificados:

    Desamparo, desesperança e desespero – “Frases como ‘eu sou um estorvo, eu dou trabalho, queria que Deus me levasse, estou pensando em me matar’, leve a pessoa a um profissional. Ela quer compartilhar a dor, mas talvez não encontrou a pessoa certa”, disse.

    Intolerável, inescapável e interminável – “Frases de que demonstrem que a pessoa se sente ‘sem saída’, que a dor só acabará com a morte, também são sinais, pois o suicídio vem com um conjunto de fatores familiares, sociais, biológicos, com a morte como fuga do sofrimento”, explicou Marcos Estevão.

    Herculano Borges listou ações para serem implementadas ou sugeridas aos poderes públicos e sociedade civil para a prevenção do suicídio como resultado a audiência pública.

    “É um tema tão importante e tão atual. Queremos que essa discussão não se limite ao mês do setembro. Quem está em desequilíbrio não vai conseguir criar harmonia em casa, não vai render no trabalho, gera problema de saúde, gastos do poder público, afastamentos, enfim, é toda uma cadeia afetada e por isso é importante discutir e trazer ao debate, reconhecendo que ações de prevenção é questão de saúde pública e demandam políticas públicas específicas”, ponderou o deputado.

    Também participaram da audiência, a secretária especial de Cidadania, Luciana Azambuja e representantes de diversas categorias como os policiais militares e enfermeiros, além do GAV – Grupo Amor à Vida, que concede apoio emocional a quem busca ajuda.

    O que fazer?

    Os palestrantes reforçam que é preciso ouvir sem julgamentos e procurar ajuda especializada. Eles exemplificaram que audiências públicas como a de hoje, escolas abertas ao diálogo, igrejas em apoio e a imprensa divulgando o assunto ainda tabu fazem parte do “trabalho formiguinha” que ajuda a lidar com o tema.

    Busque ajuda

    Se você precisa de ajuda busque o GAV pelos telefones em Mato Grosso do Sul (67) 3383-4112, (67) 99266-6560 (Claro), (67) 99644-4141 (Vivo) e ainda site www.grupoamorvida.ong. Também há o CVV pelo telefone 188, e-mail ou chat pelo site www.cvv.org.br. Ambos garantem anonimato e total sigilo.

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