Algumas peças de semijoias chegam a ser tão caras quanto as originais
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O diamante "Pink Star" se tornou, em abril de 2018, a joia mais cara do mundo, vendida em um leilão por US$ 71,2 milhões (R$ 287,4 milhões, na cotação de maio). A peça de 59 quilates é o maior diamante rosa certificado pela Diamond Grading Reports & Services (GIA) e foi negociada pela casa de leilões britânica Sotheby's, em Hong Kong.
O anúncio da venda da Pink Star é um bom exemplo para ilustrar a diferença principal entre uma joia e uma semijoia: enquanto a primeira é uma peça geralmente original, a segunda é uma imitação de boa qualidade daquela, às vezes tão cara quanto.
As joalheiras mundiais seguem estritamente as duas categorias, como pode ser visto nos leilões de peças de ouro, pedras de diamante e outros minérios utilizados na fabricação dos produtos. A prestigiada joalheria britânica De Beers fornece uma explicação detalhada em seu site sobre os usos e as distinções entre elas.
As joias (fine jewelry) são, tipicamente, reservadas para ocasiões especiais: casamentos, formaturas, aniversários etc. Elas são catalogadas como "finas" porque as peças de ouro e as pedras de diamantes utilizadas para produzi-las são genuínas - perceptível pelo fato de jamais mancharem. Um anel de noivado, gargantilhas ou brincos dessa categoria podem ser ajustados e reparados facilmente por um ourives, porque, quanto mais autêntico for o material, mais fácil ele é de se manusear.
As joias também costumam estar entre as peças mais caras vendidas no mundo: a mesma Sotheby's vendeu o par de brincos mais caros da história: US$ 57,4 milhões (R$ 231,7 milhões) por duas peças de diamante negociadas individualmente em um leilão em Londres em maio de 2017.
Já as semijoias são consideradas "pontes" entre a alta joalheria e a chamada joalheira "fashion", porque são normalmente banhadas, revestidas ou preenchidas com ouro autêntico, mas não são totalmente fabricadas com tais metais.
Há peças feitas com pedras genuínas como opalas e morganitas, o que é suficiente para colocá-las em um padrão acima das fashion. Além disso, costumam ser produzidas com base em outro metal valioso no mercado: a prata, que tem uma grande durabilidade.
Algumas semijoias são feitas por laboratórios especializados em criar ou melhorar pedras com propriedades visuais semelhantes às genuínas - e finas -, mas que custam menos. No entanto, essa é a categoria mais consumida pelas pessoas ao redor do mundo - e especialmente no Brasil. Elas cresceram no mercado mundial por causa da produção de Shenzhen, na província de Guangdong, a 2.200 km de Pequim, na China.
Nos últimos anos, a cidade esteve na linha de frente de uma reforma comercial pioneira. A "China Jewelry Index" (CJI) foi ali iniciada em outubro de 2014 e é mantida até hoje. A CJI foi a primeira base de dados a nível nacional a prover informações compreensivas sobre a indústria de joias e bijuterias chinesas e hoje possui mais de 3,6 mil fabricantes de joias registradas, mais de 5 mil negociantes individuais cadastrados e 29 centros comerciais de joias e bijuterias, como o gigantesco King Living International Jewelry Exchange Center.
A indústria emprega mais de 150 mil pessoas e, segundo a GIA, o valor de toda a produção de joias e o total de vendas domésticas no varejo em Shenzhen alcançou 100 bilhões de yans (US$ 16,7 bilhões) e 140 bilhões de yuans (US$ 23,3 bilhões) em 2013 e 2014, respectivamente.